O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, denunciou à ONU o ataque da Rússia à infraestrutura energética do país classificando-o como um "crime contra a humanidade".
"Com temperaturas abaixo de zero, vários milhões de pessoas sem abastecimento de energia, sem aquecimento e sem água, trata-se, obviamente, de um crime contra a humanidade", afirmou Zelensky, que falava, por vídeo, esta quarta-feira, ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, no âmbito de uma reunião de emergência que o próprio solicitou.
Na mesma reunião, o embaixador russo, Vasily Nebenzya, disse que as forças de Moscovo vão continuar as ações “para enfraquecer o potencial militar da Ucrânia até que Kiev assuma uma posição realista nas negociações”.
Vasily Nebenzya transmitiu a mensagem que a operação especial militar lançada pela Federação Russa visa atacar instalações e infraestruturas ucranianas, em resposta à entrega em larga escala de armas ocidentais à Ucrânia e em resposta aos “apelos imprudentes de Kiev para derrotar a Rússia.”
“Ao longo da operação especial militar tivemos não só de lidar com as unidades do regime de Kiev, mas também com os países fazem parte da NATO e que estão a fornecer apoio militar às tropas ucranianas de várias formas, estando por isso a conduzir a uma guerra de procuração com a Rússia.
Já a embaixadora dos Estados Unidos no Conselho de Segurança da ONU, Linda Thomas-Greenfield, acusou o Presidente russo, Vladimir Putin de pretender causar sofrimento ao povo da Ucrânia.
“Parece que Putin está determinado em destruir as infraestruturas energéticas da Ucrânia. Ele está claramente a tornar o inverno numa arma para infligir um sofrimento inimaginável ao povo ucraniano. Ele decidiu que se não conseguir conquistar a Ucrânia à força vai tentar congelar o país até à sua submissão”, declarou.
Segundo as Nações Unidas, novos ataques russos na Ucrânia fizeram 30 vítimas civis, entre mortos e feridos, e deixaram ontem milhões de pessoas sem eletricidade, quando se registam já temperaturas negativas nalgumas regiões do país.
O Kremlin negou esta quarta-feira que a Rússia e os Estados Unidos estejam em contacto para promover negociações de paz com Kiev, após fonte militar norte-americana ter apontado esse cenário como uma possibilidade.