Pelo menos 30 administradores da Volkswagen podem estar envolvidos no escândalo da manipulação de emissões de gases dos carros a diesel, segundo a revista alemã “Spiegel”.
O construtor não quis comentar a notícia da revista, que cita fontes de investigação internas e externas.
Na passada semana, o director executivo da WV norte-americana atribuiu culpas a alguns engenheiros. O uso de software fraudulento para mascarar emissões de gases não foi uma decisão da administração, mas de alguns “indivíduos”, afirmou Michael Horn.
A 18 de Setembro, a Agência de Protecção do Meio Ambiente dos Estados Unidos acusou a Volkswagen de falsear o desempenho dos motores em termos de emissões de gases poluentes através de um software incorporado no veículo, incorrendo numa multa que pode ir até aos 18 mil milhões de dólares (cerca de 15,9 mil milhões de euros). Dois dias depois, a VW reconheceu ter falseado os dados em 11 milhões de veículos.
Em Portugal existem 94. 400 veículos a gasóleo do grupo equipados com o software que manipula as emissões poluentes. A SIVA, a representante em Portugal da Audi, Skoda e Volkswagen, avança este número e também a informação de que serão apresentadas, já em Outubro, as soluções técnicas para os automóveis afectados, assim como as medidas a aplicar.
A Seat Portugal, que também pertence ao grupo alemão mas não é representado pela SIVA, decidiu, esta terça-feira, suspender preventivamente a venda dos 50 automóveis que estão em “stock”, equipados com o motor EA189.
O escândalo manchou o nome da marca, deixando-a exposta a milhares de milhões de dólares em multas nos Estados Unidos, com investigações desde a Noruega até à Índia, e que desvalorizou a empresa num terço do seu valor em bolsa numa semana.
O grupo anunciou que vai reduzir em mil milhões de euros por ano os investimentos previstos para a marca.