Noite de trabalho intenso para os 600 bombeiros que combatem o incêndio de Castro Marim, no Algarve, que já chegou aos concelhos de Vila Real de Santo António e de Tavira.
“Foram deslocadas 58 pessoas para as zonas de apoio à população”, em povoados dispersos e em diferentes pontos do teatro de operações, confirmou à Lusa fonte do comando regional da Proteção Civil. Além destas, “houve mais pessoas que se deslocaram pelos seus próprios meios para casa de familiares e amigos”, acrescentou.
Foram criadas duas zonas de apoio à população, no Azinhal, Castro Marim, e em Tavira.
A Via do Infante (A22) mantém-se encerrada entre Tavira e Monte Gordo e na Nacional 125 a circulação continua condicionada, em ambos os sentidos, para que os bombeiros consigam aceder rapidamente aos locais onde as chamas não dão tréguas - muito por causa do vento forte e das altas temperaturas, que aliadas ao pouco arrefecimento noturno estão a dificultar o combate às chamas.
O incêndio, que progredia com uma “rapidez fulminante”, de acordo com um balanço realizado antes da meia-noite, mantém-se “ativo com intensidade”, estando o reforço de meios a ser concentrado “na frente sul e no flanco direito, na zona sudoeste”, precisou a mesma fonte.
No combate às chamas três bombeiros ficaram feridos. Um deles, comandante da corporação de Algés, incluído num grupo de reforço, que sofreu queimaduras e foi transportado de helicóptero para Lisboa.
O fogo já tinha entrado nos concelhos de Tavira e Vila Real de Santo António ao início da noite, sendo a prioridade dos bombeiros travar a expansão a sul, onde existe mais população, disse, no último balanço, antes da meia-noite, o comandante das operações.
O incêndio deflagrou à 1h05 de segunda-feira e chegou a ser dado como dominado pelas 10h20, mas o "quadro meteorológico severo", com altas temperaturas e vento, estiveram na origem de uma "reativação muito forte, em pleno período crítico do dia, junto à cabeça/flanco direito do incêndio original, e este ficou rapidamente fora da capacidade de extinção", explicou o comandante operacional regional de Faro, Richard Marques.
"Para termos ideia, estamos a falar de um incêndio que evolui dois quilómetros por hora, o que representa uma taxa de expansão média de 200 hectares por hora, sendo que nas últimas horas, nas horas subsequentes à reativação, este valor foi o dobro, portanto estamos a falar de um incêndio que evolui com rapidez fulminante", disse.
Pelas 11h00, as autoridades farão um novo ponto da situação, no Azinhal, no concelho de Castro Marim.
[notícia atualizada às 8h50 com os novos meios no terreno]