A Associação Nacional dos Técnicos de Emergência Médica defendeu, esta sexta-feira, que 60% dos doentes transportados de ambulância para os serviços de urgência não são casos urgentes e criticou os protocolos que permitem que isso aconteça.
"Muitos dos pacientes que são admitidos nos Serviços de Urgência são transportados em ambulância, após pedido de ajuda ao 112. Sabe-se que, felizmente, muitos dos pacientes transportados não são situações de Emergência Médica, mas que mesmo assim, e fruto dos "protocolos" do CODU-INEM [Centros de Orientação de Doentes Urgente - Instituto Nacional de Emergência Médica], são encaminhados ao Serviço de Urgência Hospitalar", refere a associação, em comunicado.
A estrutura associativa considera que os protocolos estão "feridos de erros graves", permitindo que sejam transportados pacientes que não possuem critérios de emergência médica, sobrecarregando os serviços.
"Outra agravante recai na deficitária formação das equipas de resposta, não estando capacitadas para uma avaliação mais profunda, permitindo após contacto com o CODU a decisão de não transporte", defendem os técnicos de emergência médica, para os quais Portugal tem um sistema de resposta "totalmente ultrapassado", que promove erros que "muitas vezes custam vidas".
"Uma vez mais reiteramos a necessidade da criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito ao SIEM/INEM [Sistema Integrado de Emergência Médica]", lê-se no documento.