O exército russo garantiu esta segunda-feira que os civis podem deixar livremente e em segurança Kiev, capital da Ucrânia, enquanto acusa as autoridades ucranianas de usá-los como escudo humano.
"Todos os civis na cidade podem deixar a capital ucraniana livremente e em segurança pela rodovia Kiev-Vassylkiv", a sudoeste da capital, disse à televisão o porta-voz do Ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov, ao quinto dia da invasão do país por Moscovo.
A declaração surgiu no momento em que ocorreram combates em várias zonas da capital ucraniana, com as autoridades ucranianas a dizer que estavam a lutar contra pequenos grupos de forças russas em vários setores da capital.
Apesar das alegações militares russas de que não visava áreas povoadas, edifícios residenciais, hospitais e escolas foram atingidos em toda a Ucrânia.
Konashenkov também anunciou novas conquistas, dizendo que as tropas russas assumiram o controlo da área ao redor da unidade nuclear de Zaporizhzhia, no sul, observando que os níveis de radiação na área permanecem normais.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram pelo menos 352 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de perto de 370 mil deslocados para a Polónia, Hungria, Moldávia e Roménia.
O presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.
As duas partes deverão reunir-se hoje na fronteira com a Bielorrússia para negociações.