O chefe da diplomacia da União Europeia (UE) defendeu esta sexta-feira que, ao rejeitar a criação de um Estado Palestiniano, Israel contribuiu para a criação do movimento islamista Hamas e também debilitou a Autoridade Palestiniana.
"Nunca foi feita grande coisas para consegui-lo [a solução dos dois Estados]", lamentou o alto-representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, enquanto discursava na Universidade de Valladolid, em Espanha, por ocasião da cerimónia para consagrar a atribuição de grau de Doutor Honoris Causa daquela instituição.
"A boa notícia é que há pessoas disponíveis para o fazer, a má notícia é que Israel, em particular, o seu Governo nega-a redondamente", acrescentou Borrell, acusando Telavive de "estar a boicotar" os esforços para conseguir uma solução política nos últimos 30 anos.
Para o chefe da diplomacia europeia, o Hamas é produto de Israel e da vontade de impedir a solução dos dois Estados.
"Sim, o Hamas foi financiado pelo Governo de Israel para tentar debilitar a Autoridade Palestiniana", acrescentou.