O arcebispo de Évora divulgou hoje que a renúncia quaresmal dos cristãos da arquidiocese vai destinar-se, em 2019, à Venezuela, país que vive atualmente uma crise humanitária.
“Neste ano, através da Cáritas Nacional, dirigimos a nossa Renúncia Quaresmal aos irmãos e irmãs da Venezuela, cujas necessidades são testemunhadas pelos constantes apelos do Episcopado daquele país”, escreve D. Francisco Senra Coelho, na mensagem quaresmal enviada à Renascença.
O prelado convida os católicos “a abrir os olhos do coração e a fazer deste gesto de comunhão um abraço que encoraje e faça sentir a nossa presença junto dos mais necessitados daquele povo irmão”.
Realçando que ao povo da Venezuela “nos unem tantos laços de convivência migratória”, o arcebispo de Évora sublinha a importância de “alargar a tenda do coração e olhar para os irmãos em dificuldade com o mesmo olhar de Cristo”, numa “atitude fraterna e solidária”, enquanto “consequência necessária do nosso encontro de discípulos com a misericórdia de Deus.”
“Discípulos missionários em tempo de Quaresma” é, aliás, o tema da mensagem e segue a linha do desafio que a arquidiocese alentejana vive no Ano Pastoral 2018/2019.
O prelado sugere um percurso espiritual que passa pelo “encontro pessoal com Cristo, testemunho de vida, formação e caridade missionária”. São “quatro propostas” fundamentais, na ótica de D. Francisco Senra Coelho, para o “crescimento e amadurecimento” pessoal, em tempo de Quaresma, fazendo delas “uma estrada de compromisso e conversão que nos levam à Páscoa da Ressurreição.”
Valorizar a oração, participar na eucaristia e no sacramento da reconciliação ou em “atos de piedade tradicionais”, assim como nas atividades paroquiais são algumas propostas concretas apresentadas por D. Francisco para aproximar os católicos da sua Igreja, que vive momentos difíceis.
“Nesta mensagem quaresmal que vos dirijo, descalço os meus pés, na certeza de que piso “terra sagrada” ao bater à porta da vossa consciência cristã para vos pedir em nome do Senhor, um renovado amor à sua Igreja”, escreve o prelado.
“Os tempos de purificação que vivemos pedem-nos oração e compromisso missionário”, sendo que, lê-se no documento, “a fidelidade a Cristo e entrega à comunidade cristã são a primeira resposta aos desafios que vivemos”.
Ao encontro das preocupações do Papa Francisco, o texto do arcebispo de Évora sublinha também a relevância “da oração, do jejum e da penitência”, como forma de aprofundar a “dimensão relacional com Deus, com os irmãos e com toda a criação”, delas brotando “a paz e o equilíbrio ecológico tão necessários e urgentes para toda a humanidade e para a nossa “Casa Comum””.