O Bloco de Esquerda não aceita que as relações entre o PS, o Governo e a CEO da TAP fiquem de fora do relatório do inquérito à gestão da companhia aérea. Os bloquistas apresentaram esta tarde um conjunto de alterações ao texto com o líder parlamentar Pedro Filipe Soares a referir que existem omissões inaceitáveis, lembrando o "caldo explosivo" que terminou em polémica no Ministério das Infraestruturas.
“A reunião do grupo parlamentar do Partido Socialista com a CEO da TAP, promovida pelo próprio ministro das infraestruturas quando diz à CEO que era a ela que eles a queriam ouvir, não é aceitável e não pode ser retirado do relatório do relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito”, indicou o líder do grupo parlamentar, Pedro Filipe Soares, em conferência de imprensa.
O BE desafia mesmo o PS a aceitar as propostas de alteração do Bloco: “Esperemos que elas sejam aceites, são todas absolutamente factuais pelos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito e por isso o meu desafio ao Partido Socialista é muito simples e direto. Se o objetivo é chegarmos à verdade elas só podem ser aceites a esse desafio que deixo ao Partido Socialista.”
Questionado sobre a queixa crime da PSP contra a RTP na sequência da divulgação de um cartoon de um polícia, Pedro Filipe Soares diz-se revoltadíssimo com a atuação do ministro da Administração Interna acusando José Luís Carneiro de pressões à estação pública.
“O Ministro da Administração Interna que acha que tem o direito de ligar ao Conselho de Administração da RTP a tirar satisfações de qualquer acontecimento na RTP mostra muito de como está o Partido Socialista e do que este governo do Partido Socialista", disse, desafiando ainda o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva a pronunciar-se sobre um caso que envolve a RTP que está na sua tutela direta.
PCP considera de "enorme gravidade" o caso Galamba
Os partidos têm até à meia noite desta segunda-feira para apresentar alterações ao relatório, com o PCP a também fazer questão de incluir o caso Galamba no relatório à comissão de inquérito à TAP.
Os acontecimentos ocorridos no Ministério das Infraestruturas e os seus desenvolvimentos são de uma enorme gravidade", disse Bruno Dias, destacando o envolvimento dos Serviços de Informação e Segurança.(SIS) no caso.
Bruno Dias deixa em aberto o sentido de voto do relatório final e até coloca em cima da mesa o voto a favor, mas indica que é preciso que o PS mude muito o texto. "Se as propostas do PCP forem todas aprovadas, podem contar com o voto para aprovar o relatório", disse o deputado.