O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, toma como boa a posição do Governo na polémica em torno da declaração de rendimentos da ex-administração da Caixa Geral de Depósitos.
O primeiro-ministro manifestou publicamente que a administração tinha que entregar a declaração e Marcelo Rebelo de Sousa acredita que o ministro das Finanças, Mário Centeno, pensava da mesma maneira.
“Eu tendo o primeiro-ministro como interlocutor, ele sempre me disse aquilo que era a posição do Governo, que era a posição do Presidente. Como não tive conhecimento, até hoje, de nenhuma tomada de posição do senhor ministro das Finanças em sentido diferente, tenho que tomar como bom que o senhor ministro das Finanças pensava o mesmo que o primeiro-ministro.”
Sobre uma eventual garantia do Ministério das Finanças à ex-administração da Caixa, liderada por António Domingues, sobre a declaração de rendimentos e património, o Presidente da República responde que, tanto quanto sabe, não há qualquer documento assinado.
“Estou convencido do seguinte: que não há nada, que eu tenha conhecimento, assinado pelo primeiro-ministro ou pelo ministro das Finanças defendendo uma posição que para mim era impensável, porque era óbvio que tinha que haver entrega da declaração de rendimentos e património”, sublinha.
O PSD apresentou esta quinta-feira um requerimento potestativo para ouvir novamente Mário Centeno na comissão parlamentar de inquérito sobre a gestão da Caixa Geral de Depósitos.
Em declarações à Renascença, o social-democrata Paulo Rangel acusa o ministro das Finanças de mentir e defende que a única saída para Mário Centeno é apresentar a demissão.
“Ninguém respeita um ministro das Finanças que negoceia leis com escritórios privados, que mente ao Parlamento, que mente à opinião pública. A única solução é que o ministro Mário Centeno apresente a demissão, com isso cai a sua equipa e banimos também aquele que foi já posto, na segunda-feira, estrategicamente no lugar para o vir a substituir, que é o secretário de Estado Mourinho Félix, que claramente foi o grande operacional desta lamentável situação”, conclui Paulo Rangel.