A Organização Mundial de Saúde (OMS) reconheceu o vício em jogos de vídeo e online como uma perturbação de saúde mental.
Os peritos da seção de classificação de doenças da OMS consideram como perturbação “um padrão de comportamento persistente e recorrente de jogo”, que se torna tão abrangente que “ganha prevalência sobre outros interesses da vida”.
Nalgumas das situações mais extremas, os amantes de videojogos e jogos online passam 20 horas por dia “agarrados” à consola ou ao computador, refere Shekhar Saxena, especialista da OMS em saúde mental e abuso de substâncias.
Nestes casos mais graves, os “gamers” dormem muito pouco, saltam refeições, faltam ao trabalho e a outras atividades do dia a dia.
Apenas uma pequena minoria dos jogadores desenvolve o problema, diz Shekhar Saxena, mas a deteção precoce dos sintomas pode ajudar a prevenir que a situação se agrave.
“Trata-se de um comportamento ocasional e transitório”, refere o especialista, para quem o distúrbio só deve ser confirmado se o comportamento de adição extrema em videojogos persistir durante cerca de um ano.
Numa reação a esta decisão da OMS, a Video Games Coalition, uma associação representante da indústria dos videojogos, diz que os seus produtos são desfrutados “em segurança e sensatamente” por mais de dois mil milhões de pessoas em todo o mundo.
O valor “educativo, terapêutico e recreativo” dos jogos está bem fundamentado e é amplamente reconhecido, sublinha.
Por tudo isto, a Video Games Coalition pede à Organização Mundial de Saúde que reconsidere a sua decisão.