O presidente da câmara de Mariupol, na Ucrânia, disse na segunda-feira que mais de 10 mil civis morreram durante o cerco russo da cidade e que o número de mortos pode ultrapassar os 20 mil, tendo por base uma estimativa dos cadáveres que foram encontrados pelas ruas.
Contatados por telefone, na segunda-feira, pela Associated Press, o autarca Vadym Boychenko disse também que as forças russas trouxeram equipamentos móveis de cremação para a cidade para fazer desaparecer os corpos. Acusou ainda os russos de se recusarem a permitir a entrada de organziações humanitárias na cidade na tentativa de esconder a carnificina.
As declarações do presidente da Câmara de Mariupol surgem quando a Rússia alegou que destruiu vários sistemas de defesa aérea ucranianos, no que parecia ser um esforço renovado para ganhar superioridade aérea e retirar armas que Kiev descreveu como cruciais antes de uma nova ofensiva de grande escala esperada no leste do país.
Já Moscovo afirmou que atingiu quatro lançadores S-300 perto da cidade de Dnipro, fornecidos por um país europeu que não nomeou.
A Eslováquia deu à Ucrânia exatamente esse sistema na semana passada, mas negou que tenha sido destruído. A Rússia relatou anteriormente dois ataques a sistemas semelhantes noutros locais da Ucrânia.
A invasão inicial russa foi detida em várias frentes, pois encontrou forte resistência das forças ucranianas, que impediram Moscovo de tomar a capital e outras cidades.
O fracasso em obter o controlo total dos céus da Ucrânia prejudicou a capacidade russa de fornecer cobertura aérea para as tropas no terreno, limitando os avanços e provavelmente expondo-as a maiores perdas.
A ofensiva frustrada em muitas partes do país, levou as forças russas a apostar cada vez mais no bombardeamento de cidades – uma estratégia que deixou muitas áreas urbanas arrasadas e matou milhares de pessoas.
A guerra também abalou a economia da Ucrânia, com o Banco Mundial estimando que esta perderá mais de 45% este ano.