São apenas dois os nutricionistas que fiscalizam as refeições escolares. Dos dois nutricionistas existentes no Ministério da Educação, um trabalha nos serviços centrais da direção-geral de Edução, enquanto o segundo se encontra na zona Centro.
A Ordem dos Nutricionistas (ON) propõe a contratação de 30 profissionais de saúde, assim como a criação de equipas regionais de fiscalização. Em declarações à Renascença, a bastonária da ON, Alexandra Bento, defende que “se houvesse mais nutricionistas, Portugal não estaria, certamente, com este panorama, em termos de alimentação”.
De acordo com a bastonária da ON, a equipa de profissionais de saúde proposta tem objetivos fiscalizar e educar: “É necessário fiscalizar o fornecimento das refeições, as normas para a oferta alimentar” e “educar os alunos para uma alimentação saudável."
Para Alexandra Bento, a equipa que agora existe de fiscalizadores tem "um pouco de tudo e um pouco de nada". Para fiscalizar aquilo que é a oferta alimentar, é “preciso ter conhecimentos”.
“Não vamos, de um dia para o outro, querer imaginar que pais, professores e funcionários da escola sabem fazer esta fiscalização”, reforça.
A contratação dos 30 profissionais significa um investimento do Governo de cerca de 600 mil euros anuais, indica a bastonária. Este valor corresponde a menos de 1% do valor gasto pelo Estado na contratação de empresas para o fornecimento de refeições aos alunos.
A nutricionista aponta para problemas nos pratos dos alunos portugueses, como o excesso de sal, e sublinha que este quadro “não é um problema de hoje".