O Movimento Ação Ética (MAE) recorda o que o Parlamento tem legislado sobre vários temas de “assinalável componente ética”, sem que os mesmos tenham sido propostos nos programas eleitorais dos partidos, e espera que desta vez o eleitorado seja esclarecido, antes de votar a 30 de janeiro, sobre o que cada partido pensa e quer fazer em relação a várias “questões essenciais” – e não apenas “problemas menores, epifenómenos meramente circunstanciais ou ligados a interesses de clientelas ou grupos”.
“Só o voto esclarecido é verdadeiramente livre”, refere o comunicado divulgado pelo MAE, que interpela as forças políticas a promoverem ações necessárias a esse esclarecimento, divulgando o que propõem quanto a temas e assuntos que sejam determinantes para o “futuro coletivo” dos portugueses e relevantes do ponto de vista ético.
Para este movimento cívico, os partidos têm obrigação de explicar o que defendem, por exemplo, quanto aos cuidados que o Estado deve prestar às pessoas em fim de vida, o combate ao envelhecimento demográfico e a proteção da família, a legalização das drogas leves ou se se deve alargar ou restringir o direito à objeção de consciência, para além de deverem deixar claro o que propõem quanto à reforma do sistema eleitoral, o combate à corrupção ou o princípio da subsidiariedade na relação entre o Estado e a sociedade, em especial no âmbito da saúde, dos apoios sociais e da educação.
O Movimento Ação Ética foi criado a 1 de janeiro de 2021 por iniciativa do economista Bagão Félix, do jurista Paulo Otero e dos médicos Pedro Afonso (psiquiatra) e Victor Gil (cardiologista), com o objetivo de “propor abordagens, reflexões, estudos e contributos em torno das questões éticas atuais, combatendo a indiferença e o relativismo ético”.