O primeiro-ministro, António Costa, desvaloriza o aumento da dívida pública para um novo máximo histórico, de acordo com os dados do Banco de Portugal relativos a maio.
O chefe do Governo foi questionado à saída de um encontro em Lisboa com o seu homólogo espanhol, Pedro Sánchez, mas António Costa diz que as contas fazem-se anualmente e mantém os objetivos traçados.
“A trajetória da dívida é conhecida. Esse ano, pelo segundo ano consecutivo iremos reduzir a nossa dívida. A evolução da dívida mede-se anualmente e não pela conjuntura do mês, porque as operações são diversas ao longo do ano”, explica o primeiro-ministro.
“O nosso objetivo é manter uma redução do défice, manter um saldo primário positivo e continuar a trajetória de redução da dívida, como consta no Orçamento e no Programa de Estabilidade”, salientou.
A dívida pública na ótica de Maastricht, calculada de acordo com a definição utilizada no Procedimento dos Défices Excessivos, atingiu em maio um novo máximo em termos brutos, de 250,3 mil milhões de euros, revelou esta segunda-feira o Banco de Portugal.
António Costa, que foi também questionado sobre o impacto da crise no Governo alemão na política europeia sobre migrações, preferiu reiterar a necessidade de enfrentar esta questão em conjunto.
“Solidariedade na partilha das responsabilidades de assegurar proteção internacional de quem dela carece, cientes que não podem ser Itália, Malta, Espanha e Grécia a assumir exclusivamente uma responsabilidade que tem de ser dos 28 Estados-membros da União Europeia. Juntos podemos fazer mais do que isoladamente. Portugal, todos os anos, tem um investimento muito significativo na ajuda pública ao desenvolvimento, mais de 300 milhões de euros”, argumenta o primeiro-ministro.