O escocês Mark Agnew e mais três aventureiros americanos embarcaram numa viagem de três meses em caiaque e enfrentaram condições rigorosas. A partida foi dada em julho a partir da baía de Baffin, na Gronelândia. A equipa foi a primeira a conseguir fazer a travessia.
Quando começaram a expedição de três mil km ainda havia muito gelo nas águas, por isso tiveram de navegar no meio de icebergs. Mark conta à BBC que chegou a temer pela sua vida e pela da equipa quando ficaram presos no meio de dois icebergs. “Pensei que íamos ser esmagados até à morte”, relembra.
As sequelas mantêm-se, mesmo depois do regresso a casa. "Não sinto os pés desde julho. Disseram-me que não voltarei a senti-los por mais ou menos um mês", explicou à BBC.
Além do frio do ártico, a equipa também enfrentou ondas de cerca de 4,57 metros de altura.
As refeições em pó misturadas com água ficavam, muitas vezes, congeladas. O escocês conta à BBC que isso obrigou a uma viagem de ida e volta de quatro horas para encontrarem uma lagoa que não estivesse totalmente congelada.
O objetivo de Mark com esta viagem era angariar dinheiro para a Wilderness Foundation UK, uma associação que pretende promover o contacto com a natureza de forma a melhorar a saúde mental de jovens e adultos desfavorecidos e mais vulneráveis. Até agora, já conseguiu 8 mil libras (cerca de 7.600€), mas espera chegar às 25 mil libras (cerca de 23.600€).
O escocês já tinha tentado esta travessia por duas vezes, mas sem sucesso.
Já em 1854, Sir John Franklin, um oficial da marinha inglesa, tentou atravessar a passagem do Noroeste do Ártico. No entanto, os dois navios que foram em expedição ficaram presos no gelo e ninguém sobreviveu. Atualmente, devido às alterações climáticas, a viagem é mais viável, ainda que exigente.