O ministro do Ambiente está a trabalhar em medidas para dar resposta à seca no país. À margem de uma conferência sobre economia circular no Teatro Thalia, em Lisboa, João Pedro Matos Fernandes avança, nesta quarta-feira, que vai ser publicado um despacho de fundo ambiental na próxima semana.
“O mais tardar, na próxima semana, vamos atribuir cinco milhões de euros do fundo ambiental para campanhas de sensibilização e para campanhas e soluções de contingência que possam ter de ser necessárias”, afirmou o ministro. “É isso que estamos a fazer, partilhando a informação e a decisão da forma mais alargada possível”, acrescentou.
Aos jornalistas, Matos Fernandes adiantou ainda que, como último recurso, pode ser acionado o transporte de água, “em camiões-cisterna, a alguns aglomerados”. Entre outras medidas.
“Estou a lembrar-me da necessidade de encontrar pequenas soluções alternativas para poder aceder à água; estou a pensar naquilo que pode ser a limpeza do fundo de algumas albufeiras para aumentar o seu prisma de água. São este tipo de soluções, que nunca são soluções de catálogo, que têm de ser avaliadas caso a caso – a água não é só nossa, é da espécie humana, é de todos os ecossistemas e, portanto, não podemos gerir a água como quem gere um qualquer outro bem”, sublinhou.
Portugal já travou a produção de energia em cerca de seis barragens para tentar recuperar a capacidade de água. De acordo com o ministro do Ambiente, a prioridade será sempre disponibilizar água para consumo humano.
Para analisar a situação de seca, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) inicia, nesta quarta-feira, uma série de reuniões de âmbito regional com as comissões de gestão de albufeira – um ciclo que começa no Algarve, região que já está em seca extrema.