Israel acusou este domingo Lula da Silva de “trivializar o Holocausto” depois de o presidente brasileiro ter comparado a situação na Faixa de Gaza ao que Hitler fez com judeus na Segunda Guerra Mundial.
"O que está a acontecer na Faixa de Gaza não é uma guerra, é um genocídio. O que está a acontecer na Faixa de Gaza com o povo palestiniano (...) já aconteceu quando Hitler decidiu matar os judeus", afirmou Lula da Silva durante a cimeira da União Africana, em Adis Abeba, na Etiópia.
"Esta não é uma guerra de soldados contra soldados. É uma guerra entre um Exército altamente preparado e mulheres e crianças", acrescentou. O chefe de Estado do Brasil também condenou o ataque do movimento islamita Hamas, chamando-o de ato terrorista.
Em resposta, o primeiro-ministro israelita acusa Lula de “trivializar” o Holocausto.
“Esta é a trivialização do Holocausto e uma tentativa de ataque ao povo judeu e ao direito de Israel se auto-defender. Fazer comparações entre Israel e Nazis e Hitler é passar uma linha vermelha”, afirmou Benjamin Netanyahu em comunicado.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel comunicou que irá convocar o embaixador brasileiro no país para uma reprimenda, após os comentários que considera serem “vergonhosos e sérios”.
A guerra foi desencadeada por um ataque do Hamas, a 7 de outubro, contra o sul de Israel, que causou a morte a mais de 1.160 pessoas, a maioria civis, de acordo com uma contagem da agência France-Presse (AFP), a partir de dados oficiais israelitas.