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Considerado durante décadas um bastião dos comunistas, o Alentejo ficou pela primeira vez sem qualquer deputado da CDU (PCP/PEV) ao perder o de Beja nas legislativas de domingo, enquanto o Chega se estreou com três mandatos na região.
No círculo eleitoral de Beja, de acordo com os resultados divulgados pela Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna (SGMAI), a CDU foi apenas a quarta força política mais votada, com 15,03% dos votos (11.570), atrás do PS (31,70%, um deputado), Chega (21,55%, um deputado) e Aliança Democrática, a coligação formada por PSD, CDS e PPM (16,74%, um deputado).
Os resultados contrastam com os verificados nas legislativas de 2022 no mesmo círculo eleitoral, segundo o mapa oficial da Comissão Nacional de Eleições (CNE) publicado em Diário da República (DR). O PS também foi então o mais votado (44,66%, o que lhe deu dois mandatos), mas a CDU veio logo em segundo lugar, com 18,82% (12.442 votos, um mandato).
Assim sendo, neste ato eleitoral, o PCP perdeu o único deputado que tinha pelo distrito de Beja e novamente cabeça de lista, o enfermeiro João Dias, de 50 anos, que estava no parlamento desde 2018.
Nas primeiras eleições livres em Portugal, para a assembleia constituinte, em 25 de abril de 1975, dos seis deputados que Beja elegeu, três foram do PCP.
A partir daí, nas eleições para a Assembleia da República neste círculo, o PCP obteve quatro assentos em 1976, a APU elegeu três entre 1979 e 1985 e, enquanto CDU, conquistou três em 1987, dois em 1991 e um desde 1995 até às eleições de 2022, indicam os dados dos mapas oficiais da CNE consultados pela agência Lusa.
Com a não eleição do deputado por Beja nas legislativas deste domingo, precisamente no ano em que se comemoram os 50 anos do 25 de Abril, o Alentejo fica sem qualquer representação comunista no hemiciclo.
Nas legislativas de 30 de janeiro de 2022, o PCP já tinha perdido o deputado por Évora, João Oliveira, enquanto pelo círculo eleitoral de Portalegre o último deputado foi eleito pela CDU nas legislativas de 1987.
Em sentido oposto na região, a "acelerar" nas votações nos mais recentes atos eleitorais, surge o Chega, que consegue eleger, nestas legislativas de 2024, os seus primeiros deputados no parlamento pelo Alentejo: um por Beja, outro por Évora e outro por Portalegre.
Nos três distritos alentejanos, o PS foi o partido mais votado, mas o Chega foi a segunda força política em todos eles: em Beja o PS obteve 31,70% dos votos e o Chega 21,55%, em Évora a diferença foi de 32,79% para 22,43% e em Portalegre o PS alcançou 34,05% e o Chega 24,59%.
O Chega elegeu por Beja Diva Ribeiro, de 49 anos, por Évora Rui Cristina, de 44 anos, e por Portalegre Henrique de Freitas, de 62 anos.