O Alto Comissário da União Europeia para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, mostrou-se este domingo a favor da adesão da Ucrânia à UE, afirmando na Conferência de Segurança de Munique que é necessário aumentar e acelerar a ajuda militar ao país.
O responsável da UE indicou ainda que uma cimeira entre ministros da Defesa da UE, marcada para 8 e 9 de março, poderá trazer novidades sobre a oferta de munições ao exército ucraniano
"Armamos a Ucrânia porque a guerra é um grande desafio existencial para a nossa segurança, (Presidente Volodomyr) Zelensky e a Ucrânia não têm munições suficientes mas têm motivação suficiente", afirmou.
"Temos de fazer mais e mais rapidamente, temos de acelerar a nossa assistência militar à Europa", afirmou, acrescentado que "todos os líderes europeus disseram (em Munique) que a Rússia não pode ganhar a guerra, que a Ucrânia tem de ganhar a guerra. Temos de passar das palavras aos atos".
A par do desafio a curto prazo de aumentar e acelerar a assistência militar à Ucrânia, Borrell apontou dois desafios a médio prazo, que são aumentar a capacidade da indústria de armamento da Europa e lidar mais com o Sul global.
Relativamente a este último, Borrell disse ter detetado um certo ceticismo em certos países acerca do apoio à Ucrânia, e disse que a Europa deve comportar-se de uma forma que deixe claro que está a defender valores universais e não valores que só são válidos quando um vizinho europeu é atacado.
"Vemos que em África existe um certo ceticismo.... As pessoas têm memórias e sentimentos. Temos de mostrar que defendemos valores universais e não valores que só são válidos quando a Ucrânia é atacada", disse.