Na Tapada de Mafra, que serve de cenário às rodagens da série da “Rabo de Peixe”, da Netflix, o ministro da Cultura confirmou que está à procura de uma solução, com os ministérios da Economia e das Finanças, para reforçar o Fundo de Apoio ao Turismo e ao Cinema (FATC).
Em declarações no set de filmagens da série portuguesa realizada por Augusto Fraga e Patrícia Sequeira, o ministro da Cultura reconheceu que esgotaram as verbas disponíveis do FATC. Pedro Adão e Silva indicou que há 50 candidaturas válidas que ficaram sem apoio.
Em comunicado, o gabinete do ministro explica que procuram obter um reforço de verbas “para fazer face à enorme procura de Portugal como destino de filmagens”. O fundo, criado em 2018, “já apoiou mais de 130 projetos com cerca de 46 milhões de euros, correspondendo a um investimento global em Portugal de 171 milhões de euros”, detalha o comunicado.
Segundo o ministério do Palácio da Ajuda, “pela primeira vez este ano, a dotação alocada esgotou rapidamente com os primeiros 19 projetos de um total de 50 candidaturas, sendo que todas elas cumpriam os requisitos”. Nas palavras de Pedro Adão e Silva, esta procura é “surpreendente”.
“Quando este sistema de incentivos foi desenhado a expetativa nunca foi a de conseguirmos esgotar a dotação. A boa notícia é que os 31 projetos que ficaram em lista de espera do total das 50 candidaturas também terão financiamento”, indicou o ministro aos jornalistas durante a visita ao set de “Rabo de Peixe”, uma série que também beneficia deste tipo de apoio.
“Este aumento da procura de Portugal como destino de filmagens reflete bem o interesse das produtoras em gravar em Portugal e o sucesso da aposta das políticas publicas neste sistema”, sublinhou o governante.
Entretanto, o ministro confirmou que a Portugal Film Commission, criada para “promover sinergias entre as indústrias criativas e o turismo e dar visibilidade a Portugal como destino internacional de produção de filmagens”, viu o seu mandato prolongado até ao final deste ano.
Pedro Adão e Silva adiantou que será ainda feita uma “avaliação do impacto económico dos apoios concedidos nestes últimos quatro anos, quer para a economia e para o turismo, quer para o setor audiovisual”, avaliação essa que será feita pela PlanApp.
“Sabemos que os incentivos são interessantes, que temos tido muita procura, mas é altura de fazermos uma reflexão sobre os impactos e qual será o mecanismo mais eficaz para os próximos anos”, acrescentou o ministro da Cultura.