Uma petição online contra o despedimento coletivo no Jornal de Notícias (JN) foi lançada esta quarta-feira. O requerimento apela ao apoio dos leitores e de "todos os que prezam pela liberdade de imprensa e de expressão" para proteger o jornal, que conta com mais de 135 anos.
De acordo com a petição, a administração do Global Media Group (GMG) anunciou, internamente, que pretende avançar com o despedimento de cerca de 150 trabalhadores, sendo que 40 seriam da redação deste jornal. O requerimento defende que "um corte desta dimensão será a morte do JN como o conhecemos", e acusa que o jornal não é uma prioridade para a nova administração do grupo.
A redação do JN totaliza 90 trabalhadores, entre a delegação em Lisboa e a sede no Porto. "O título até pode sobreviver mais um ano ou outro, mas nunca será capaz de continuar a fazer a diferença", defende a petição.
Os trabalhadores do jornal reúnem-se esta quinta-feira e já pediram ao Sindicato dos Jornalistas "a preparação de um pré-aviso de greve" para 6 e 7 de dezembro.
Além do JN, Global Media Group é também detentora de órgãos como o Diário de Notícias, O Jogo, e a TSF. O grupo avançou também a sua intenção de despedir funcionários d'O Jogo e da TSF. Segundo a Lusa, está em causa o despedimento de “56 trabalhadores dos serviços partilhados e setor comercial, 40 da redação do Jornal de Notícias, 30 da TSF e um número ainda indefinido de O Jogo.”
O Jornal de Notícias é, neste momento, o único jornal nacional com sede no Porto, após o fecho das publicações d'O Comércio e O Primeiro de Janeiro.
A petição acumulou mais de 2000 assinaturas em menos de 24 horas.