Luís Castro foi apresentado como novo treinador do Botafogo, onde espera um desafio "difícil" num clube com problemas estruturais. Em conferência de imprensa, o técnico português diz estar confiante no projeto do emblema brasileiro.
"Sinto-me muito feliz por representar o Botafogo. É verdade que é um desafio difícil, que temos muitas dificuldades estruturais, temos algumas dificuldades em questão de treino. O que senti é que havia muita vontade de melhorar e trabalhar. Foi uma escolha consciente. Acredito muito no projeto. Acredito nos adeptos e nas pessoas envolvidas no projeto. Sou uma pessoa de convicções", disse.
O antigo treinador do Al-Guhail garante que "teve outros convites, mas escolhi o Botafogo, escolhi estar aqui".
Sobre os objetivos da temporada, Luís Castro remete para o final do mercado de transferências e acredita que o projeto do clube "não é de um ano, mas de algum tempo". No entanto, apenas "os resultados é que compram tempo e espero que os resultados nos ajudam a comprar esse tempo".
"Quando traçamos objetivos de uma temporada, fazemo-lo de forma bastante otimista e para animar todos que nos envolvem. Os adversários também querem o campeonato. Vamos iniciar um projeto de construção, temos alguns jogadores que ainda poderão entrar e sair. Em relação a isso, quando estiver mais perto do fim do mercado, poderei falar melhor", explica.
Botafogo com carro, mas "sem estrada"
Luís Castro explicou ainda a que se refere quando fala de dificuldades estruturais. O Botafogo não tem centro de treinos, mas "isso não será desculpa".
"Temos muitas dificuldades. Não temos espaço para treinar, mas não é desculpa. Vamos ter que ganhar assim mesmo. Aceitei o clube como ele está e aceitei fazer o desenvolvimento dessa estrutura. Terminado o treino, perguntei onde treinaremos amanhã. Não sabemos. Hoje em dia é fundamental ter um centro de treinos. Não adianta comprar um carro e não ter estrada para andar com o carro", atira.
Depois de Jorge Jesus, no Flamengo, o futebol brasileiro hoje conta com quatro treinadores portugueses: Luís Castro, Abel Ferreira, Paulo Sousa e Vítor Pereira. O novo treinador do Botafogo desvaloriza nacionalidades.
"Ganhar campeonatos e ter sucesso no futebol não pertence a um país. A globalização permite que possamos trabalhar em vários lugares. Fico feliz que Jesus e Abel tenham sucesso aqui, mas nós apreciamos a forma como as equipas jogam e se manifestam. Gosto da mesma forma quando um treinador brasileiro e um português ganham", termina.