São mais de 230 mil os hectares de terra ardida em toda a União Europeia nos primeiros sete meses do ano. Os dados são do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS), e o número crescente de área afetada por incêndios levou a Agência Espacial Europeia (ESA) a atualizar o World Fire Atlas.
De acordo com o EFFIS, arderam, entre 1 de janeiro e 29 de julho de 2023, 234.516 hectares de terra em território europeu. A Grécia e a Itália têm sido os países mais afetados por fogos, como os da ilha de Rodes e em Palermo, na Sicília.
Os cientistas têm alertado para o aumento da frequência de incêndios florestais, que também têm crescido em dimensão e intensidade. Um relatório do Programa Ambiental das Nações Unidas, de fevereiro de 2022, previa um aumento de 50% no número de incêndios até 2100 e declarava que os governos não estão prontos.
Agência Espacial Europeia introduz melhorias em satélite
Em resposta, a ESA introduziu melhorias no World Fire Atlas (Atlas Mundial de Incêndios), que é usado pelas agências nacionais de proteção civil para maior informação no combate aos fogos.
A 24 de julho, o sistema, que recebe informação a partir do satélite Copernicus Sentinel 3-A, foi reativado, disponibilizando informação sobre incêndios em todo o mundo, a sua distribuição, a hora e local em que ocorrem.
Os dados, que recuam até 2016, mostram que Portugal foi o país que mais acumulou incêndios noturnos em 2016 e 2017, em valores que rodeiam as duas centenas. Os meses mais afetados foram agosto de 2016 e outubro de 2017.
A bordo desse mesmo satélite está ainda o Sea and Land Surface Temperature Radiometer (SLSTR), que mede a radiação infravermelha para perceber a temperatura da superfície da Terra, detetando os incêndios.