Os talibãs pediram para falar com os líderes na Assembleia Geral das Nações Unidas através de uma carta enviada a António Guterres.
O grupo nomeou o seu porta-voz, Suhail Shaheen, a viver em Doha, como embaixador do Afeganistão, na mesma carta enviada ao secretário-geral da ONU.
O ministro dos Negócios Estrangeiros dos talibãs, Amir Khan Muttaqi, pediu para discursar durante a reunião de alto nível da 76.ª Assembleia Geral da ONU. O porta-voz de Guterres, Farhan Haq, confirmou a receção da carta.
A eventual aceitação do embaixador dos talibãs pela ONU seria um passo importante para o grupo extremista, que aposta no reconhecimento internacional, e um avanço que poderá ajudar a desbloquear fundos muito necessários para a economia afegã, que se encontra em dificuldades.
António Guterres já disse que o desejo dos talibãs por reconhecimento internacional é o único trunfo que outros países têm para pressionar o novo Governo em direcção a um caminho inclusivo e de respeito pelos direitos de todos, particularmente das mulheres, no Afeganistão.
Segundo Farhan Haq, a carta dos talibãs dizia que a missão do embaixador na ONU do anterior governo, Ghulam Isaczai, “foi dada como terminada e já não representa o Afeganistão”.
Até que o comité de acreditação tome uma decisão sobre os talibãs, Isaczai vai permanecer na sede da ONU em Nova Iorque, de acordo com as regras da Assembleia Geral. O embaixador tem a sua intervenção agendada para o último dia do encontro, 27 de Setembro, mas não ficou para já claro se algum país poderá opor-se à sua participação face à carta enviada pelos talibãs.