O russo Alexei Navalny terá, afinal, sido envenenado através de uma garrafa de água que ingeriu no hotel onde estava alojado em Tomsk, na Sibéria. Inicialmente, tinha sido avançado que o envenenamento ocorreu no aeroporto.
A revelação foi feita pela equipa do opositor russo, através de um vídeo publicado na sua página de Instagram, esta quinta-feira.
Navalny continua internado na Alemanha, depois de, alegadamente, ter sido envenenado por um agente nervoso do grupo Novichok, um veneno desenvolvido pela União Soviética nas décadas de 70 e 80.
Entretanto, a agência Reuters avança que Berlim pediu apoio à agência internacional de armas químicas para investigar a substância que terá sido adicionada à garrafa de água, que segundo as autoridades alemãs será um agente neurotóxico do tipo Novichok, desenvolvido para fins militares na época soviética.
Na terça-feira, Navalny partilhou uma fotografia nas suas redes sociais, onde surge sentado na cama do hospital, rodeado pela família.
Na publicação, o político refere que já consegue respirar sem a ajuda de ventilação mecânica.
Navalny está internado há 26 dias no hospital Charite, em Berlim. A instituição hospitalar anunciou, na segunda-feira, que o líder da oposição russa foi removido, com sucesso, da ventilação mecânica e que consegue, agora, levantar-se da cama por curtos períodos de tempo.
Ainda na terça-feira, o porta-voz do governo russo, Dmitry Peskov, avançou que Moscovo está disponível para esclarecer o que terá acontecido com o principal opositor do presidente Vladimir Putin, mas que, para isso, precisa de ter acesso a informações sobre o caso por parte da Alemanha, avança a Reuters.
Navalny planeia regressar à Rússia, avançou, na última terça-feira, a sua assessora, Kira Yarmysh, através do Twitter.
Navalny acordou do coma induzido em que se encontrava, começando a responder a estímulos verbais, na semana passada.
Desmaiou durante um voo interno na Rússia, em 20 de agosto e, dois dias depois, a pedido da família, foi transferido para Berlim, para tratamento.
Desde o primeiro momento que os colaboradores do líder da oposição ao regime do Presidente russo, Vladimir Putin, falam de envenenamento, algo que especialistas da Charité e da Bundeswehr (exército alemão) confirmaram.
Navalny terá sido vítima um agente nervoso do grupo Novichok, um veneno desenvolvido pela União Soviética nas décadas de 70 e 80 do século passado.
A chanceler alemã, Angela Merkel, desafiou o governo russo a investigar de forma transparente este "crime", já que o veneno Novichok só é encontrado na Rússia.
Moscovo nega as acusações de envenenamento e considera as alegações do Governo alemão uma forma de tentar “desacreditar a Rússia no cenário internacional”.