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Em entrevista à Renascença, o especialista diz ter dúvidas "que isto seja prático e que seja passível de ser feito, porque muitas destas entidades não têm um profissional de saúde para fazer isto aos seus profissionais, quanto mais aos clientes que vão usufruir."
"Vai ser interessante saber como é que a estratégia nacional de testes vai operacionalizar a realização destes testes", disse Tato Borges.
O vice-presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública aplaudiu, apesar de tudo, a medida, e espera que as empresas respondam eficazmente à mudança.
"Houve muitas empresas que não esperaram por esta obrigatoriedade e eu diria que se há alguma empresa em Portugal que não têm este rastreio efetuado, que o implementem agora pelo menos até termos imunidade de grupo e até podermos estar à vontade. Quanto mais depressa se identificar um trabalhador doente, muito mais depressa se vai evitar a disseminação do vírus pela empresa e um surto que pare a empresa. É uma medida de saúde ocupacional e de eficiência no trabalho que todas as empresas que façam o rastreio de forma igual. É uma medida mais do que desejável e um bocado atrasada", afirmou.
No entanto, a medida tem um contorno que se aplica a quatro concelhos. No mesmo anúncio, o Governo informou que quatro concelhos – Lisboa, Braga, Odemira e Vale de Cambra – iam ficar numa fase atrasada do desconfinamento. Nestes concelhos, o teletrabalho continua a ser obrigatório, enquanto que no resto do país passa a ser recomendado.
A obrigatoriedade do teletrabalho aplica-se ao concelho do local de trabalho, pelo que quem reside fora de um dos quatro concelhos de risco mas trabalha nesses locais deixa de estar incluído na obrigatoriedade.
Para Gustavo Tato Borges, a medida "não faz sentido" e "deixa bastante a desejar".