Quatro igrejas foram atacadas esta sexta-feira no Chile, no que parece ser um ataque concertado antes da visita do Papa Francisco ao país.
Francisco parte na segunda-feira para o Chile, mas a visita não será inteiramente pacífica. Já foram prometidos protestos por causa da nomeação de um bispo que, segundo alguns chilenos, não fez o suficiente para evitar um caso de abusos sexuais.
Nada, todavia, fazia prever o uso de violência contra o Papa, como parecem indicar estas ameaças.
As igrejas atacadas localizam-se em pontos diferentes da capital. Numa foi lançado um engenho incendiário que causou alguns danos antes de os sacerdotes conseguirem apagar as chamas.
Outras duas igrejas foram atingidas por engenhos explosivos caseiros, mas os engenhos eram diferentes um do outro. Numa quarta igreja o engenho não chegou a explodir.
Pelo menos em dois dos locais atingidos foram deixados recados explícitos sobre a visita do Papa. Uma pintura numa parede perto da Igreja de Cristo dos Pobres, onde se encontrava o engenho que foi desactivado, questionava o custo da visita do Papa, numa altura em que “os pobres estão a morrer”.
Mas um panfleto deixado na Igreja de Santa Isabel da Hungria ia bastante mais longe, deixando recados sobre a autonomia dos corpos e terminando com uma ameaça clara a Francisco.
“Não nos submeteremos jamais ao domínio que querem exercer sobre os nossos corpos, a nossas ideias e actos, porque nascemos livres de decidir o caminho que queremos trilhar. Contra todos os religiosos e pregadores. Corpos livres, impuros e selvagens. Atacamos com o fogo do combate fazendo explodir a vossa asquerosa moral”, lê-se no panfleto.
Depois de pedir a liberdade de todos os presos políticos do mundo e liberdade para Wallmapu, uma região indígena que reivindica autonomia no Chile, o panfleto termina dizendo “Papa Francisco as próximas bombas serão na tua batina!”
As autoridades chilenas já criticaram estes incidentes dizendo que o Papa Francisco é um líder religioso mundial e chefe de Estado, que merece ser respeitado.
Francisco chega ao Chile na segunda-feira e permanece até quinta-feira, altura em que viaja para o Peru. O regresso do Peru a Roma dá-se no domingo seguinte.