Desde o austríaco Kurt Waldheim, no já longínquo ano de 1981, que não era eleito um secretário-geral da ONU nascido na Europa. E desta vez a grande maioria dos candidatos eram cidadãos europeus: 8. Mais… já se sabe que a Chanceler alemã Angela Merkel apoiou uma candidata de última hora, a búlgara Kristalina Georgieva.
Guterres é homem e não chega do leste, mas venceu todas as provas e deverá ser hoje aclamado em Nova Iorque. Será ele o sucessor de Ban Ki-moon, o homem chamado a lidar, em nome da ONU, com a maior crise humanitária desde a 2ª Guerra Mundial. A crise dos refugiados, que abala a Europa.
Só esta semana foram resgatadas 16 mil pessoas ao largo de Itália, lê-se no jornal “i”. A Guarda Costeira italiana confirma mais 28 mortes em apenas dois dias e avança que 3 bebés nasceram numa embarcação a caminho da Catânia. Ainda assim, o número de barcos que trazem refugiados e imigrantes para o velho continente terá caído drasticamente desde que a União Europeia selou o acordo com a Turquia. A situação dos emigrantes, e não apenas os que chegam do norte de África, remete-nos para o “Diário de Notícias” e para uma proposta do Governo Britânico que está a ser muito criticada. A ideia passa por dificultar a contratação de estrangeiros, apresentada pela ministra do Interior, e que a Oposição classifica de xenófoba. Título da notícia: “Oposição ataca May por lista de emigrantes nas empresas”.
Em Espanha, o “El Mundo” carimba a primeira página com uma frase de Mariano Rajoy: “Não vou colocar nenhuma condição para negociar a investidura”.
Ao virar da página, ainda no “El Mundo”, lê-se em editorial que o PP e o PSOE devem desbloquear já a investidura de Rajoy. Podemos estar mais próximos da formação de um Governo, sem a necessidade de realizar as terceiras eleições em menos de um ano. O texto prossegue: o traumático desaparecimento de Pedro Sanchez da cena política eliminou uma das opções que se baralhavam no futuro politico de curto prazo: a tentativa de construir uma maioria parlamentar alternativa à de Rajoy e Rivera que contasse com os votos do PSOE, Podemos e independentistas do ERC. Ora, o PSOE já não vai tentar esse executivo impossível. Conclui o editorial: Não há possibilidade nenhuma de um governo alternativo. Restam duas opções: Eleições sim, ou eleições não.