A atividade gripal epidémica em Portugal mantém uma tendência estável e há um excesso de mortalidade no grupo etário dos 85 ou mais anos de idade, segundo o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).
De acordo com o mais recente boletim de vigilância epidemiológica da gripe e outros vírus respiratórios, que analisa a semana entre 13 e 19 de fevereiro e foi divulgado esta sexta-feira pelo INSA, mantém-se a tendência decrescente no número de internamentos por vírus sincicial respiratório (RSV) em crianças com menos de dois anos de idade.
Contudo, refere o documento, o número de internamentos é atualizado retrospetivamente à data de alta, pelo que "o menor número de casos nas últimas semanas deve ser interpretado com cautela e confirmado nas próximas semanas".
No âmbito do Programa Nacional de Vigilância da Gripe, na época 2022/2023, até à semana entre 13 e 19 de fevereiro, foram analisadas 906 amostras de casos de infeções respiratórias agudas e síndromes gripais, das quais 318 positivas para o vírus da gripe, a maioria (86,2%) do subtipo A (H3).
Desde o início da época de vigilância, a 3 de outubro do ano passado, foram detetados outros vírus respiratórios em 300 casos de infeções respiratórias agudas e síndromes gripais, dos quais 35 são casos de co-infeções.
Os vírus detetados foram: rinovírus (131), vírus sincicial respiratório (81), coronavírus (45), parainfluenza (17), adenovírus (23), metapneumovirus (28), enterovírus (11) e bocavírus (1).
Segundo o INSA, na época 2022/2023, os laboratórios da Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe (hospitais) notificaram 57.931 casos de infeção respiratória e foram identificados 8.357 casos de gripe.
Nas últimas semanas tem-se verificado um aumento dos casos positivos para o vírus da gripe do tipo B, refere o instituto, adiantando que todos os vírus influenza caracterizados apresentam características semelhantes aos subtipos contemplados na vacina contra a gripe da época 2022/2023.
Desde o início da época, foram reportados 56 casos de gripe pelas Unidades de Cuidados Intensivos que colaboram na vigilância, mais de metade (51,8%) dos quais relativos a doentes com 65 ou mais anos de idade. A maioria dos casos (83,9%) tinha doença crónica.
O boletim refere igualmente que 89,3% dos doentes tinham recomendação para vacinação contra a gripe sazonal, mas apenas menos de metade (45,4%) estavam vacinados.
Quanto ao impacto nos mais velhos, o boletim refere um excesso de mortalidade nas pessoas com 85 anos ou mais, uma situação que se verifica desde o final de janeiro.