Alberto João Jardim foi a estrela do comício do PSD no Porto, na Praça da Batalha, esta quinta-feira, após uma concorrida “arruada” por Santa Catarina – a artéria nobre do comércio da cidade –, com centenas de militantes e confusão qb. O antigo presidente do Governo regional da Madeira, ao seu estilo, deixou claro o que que pensa sobre o caso de Tancos.
“A anedota nacional. O caso de Tancos é uma imagem do Portugal socialista. Reparem, o barco encalhou, o barco começou a meter água, o barco começou ir a fundo, os marinheiros sabem que o barco está a afundar, o imediato também e o comandante, coitadinho, não sabe de nada”, atirou, provocando sorrisos e palmas entre a assistência.
O primeiro-ministro António Costa, diz o madeirense, tem falta de sentido de Estado e trouxe para o poder os comunistas, uma originalidade na Europa. “O socialismo precisa de manter a pobreza porque, com uma classe média forte, a democracia robustece-se. Quando há muita pobreza, as pessoas ficam dependentes das esmolas do estado”, teorizou.
No palco do comício estava o homem com mais vitórias da história da democracia em Portugal, como sublinhou Rui Rio depois do discurso de João Jardim. O líder do PSD deixou um apelo ao voto dos abstencionistas.
“No domingo é preciso que aqueles que se vão abster, antes de o fazer, percebam que se não forem votar e não votarem no PSD, na prática estão a reforçar PS, PCP e Bloco de Esquerda. Por isso, quem no domingo não for votar tem de ter consciência de que está indiretamente a votar nessa solução”, sublinhou.
A jogar em casa, Rio acredita que o Porto vai dar-lhe a vitória no domingo e lembra que, depois de Sá Carneiro, o primeiro-ministro pode voltar a ser um portuense.
“Aqui no Porto estou à vontade e posso dizer olhos nos olhos a esta cidade: o Porto nunca me enganou e eu nunca enganei o Porto. Conto com o Porto, que como disse é a minha terra e de Francisco Sá Carneiro, e temos a possibilidade de no domingo, 40 anos depois de 1979, o Porto voltar a ter um primeiro-ministro daqui oriundo”, declarou.
O discurso acabou com chuviscos, que não evitaram que Rio deixasse um recado aos “boys” social-democratas: “Com toda a frontalidade e em tempo útil deixem-me dizer aqui que não vou para a administração pública colocar os familiares e militantes do PSD. É um compromisso que tenho com Portugal, mas um recado que aqui também deixo para dentro do próprio partido”.