Jonathan Soriano. “Roger Schmidt vai conseguir mais êxitos no Benfica”
01-11-2023 - 18:15
 • Pedro Castro Alves

Antigo avançado admite que “nunca” jogou com três centrais quando foi treinador pelo alemão na Áustria e na China, mas compreende que “as alterações vêm quando as coisas não funcionam”. Elogios a um técnico que “mantém grupo unido e dá confiança”.

Jonathan Soriano assegura que Roger Schmidt ainda vai “conseguir mais êxitos no Benfica”, apesar da época menos conseguida até ao momento.

O técnico alemão viu lenços brancos nos últimos dois jogos no Estádio da Luz, mas o avançado espanhol, treinado por Schmidt durante quatro temporadas, aponta a calma e a experiência do técnico como caraterísticas chave para o sucesso futuro.

“Ninguém gosta de ser criticado ou que coloquem em causa o seu trabalho, mas o Roger Schmidt é uma pessoa muito calma, com muita experiência no futebol internacional e no futebol europeu, sabe levar estas situações e não tenho dúvidas de que vai conseguir mais êxitos no Benfica, porque é um grande treinador”, diz, em entrevista a Bola Branca.

Mudanças são necessidade

O Benfica regressou às vitórias, em Arouca, na Taça da Liga, com um sistema de três centrais no onze inicial, algo nunca visto desde a chegada de Roger Schmidt a Portugal.

Jonathan Soriano trabalhou com o alemão entre 2012 e 2014 no RB Salzburg da Áustria e em 2017 e 2018 no Beijing Guoan da China. Durante esses quatro anos, o antigo avançado admite que um sistema semelhante nunca foi utilizado, embora compreenda a opção.

“Nunca jogámos com três centrais com o Roger Schimdt, mas são soluções que se encontram. Nós jogávamos em 4-4-2 e atacávamos 5, 6 ou 7 jogadores”, explica, em declarações à Renascença.

Após a vitória em Arouca, o treinador do Benfica declarou que passar a jogar em 3x4x3 dependeria da disponibilidade dos jogadores. Jonathan Soriano carateriza Roger Schmidt como um treinador que procura “dar confiança” a todos os jogadores e admite que a irregularidade nos resultados esteja por detrás das frequentes mexidas no onze do Benfica.

“Normalmente as alterações vêm quando as coisas não funcionam. Roger Schmidt tenta sempre manter o grupo unido, ter todos felizes e dar confiança aos jogadores que trabalham bem nos treinos. Naturalmente, os resultados mandam: se a equipa ganha está tudo fantástico, se perdem é culpa do treinador”, considera.

Avançados: pouca sorte não é por falta de apoio

Em Arouca, Arthur Cabral assinou o segundo golo em 457 minutos pelo Benfica. Jonathan Soriano dá o exemplo pessoal para garantir que não é por falta de “apoio” e de “confiança” do treinador que o avançado contratado por 20 milhões à Fiorentina não está a mostrar a fama de goleador com que chegou a Lisboa.

“Sinto que ele conseguiu extrair o melhor de mim, passa muita confiança aos jogadores. Os avançados passam por fases: às vezes marcamos muitos golos, outras vezes a bola não entra, mas o que ele faz bem é dar muita confiança e tratar bem os avançados, com muito carinho, para que não se preocupem com a falta de golos”, descreve.

Apesar de isentar de culpas o treinador Roger Schmidt, Soriano compreende que o trabalho de um ponta de lança, posição que conhece bem, nem sempre é fácil.

“É complicado, porque, enquanto treinador, também não pode fazer muito. Se um jogador não tem a felicidade de marcar, a culpa não é do treinador. Ele até pode fazer um trabalho específico com os avançados, mas durante o jogo não pode fazer nada do banco”, conclui.