O alto-comissário da ONU para os Direitos Humanosdenunciou que nos últimos 10 anos pelo menos 958 jornalistas foram assassinados, mais de mil estão presos e 64 continuam desaparecidos.
"A história mostrou-nos que as ameaças a jornalistas são com frequência um prelúdio sombrio das maiores ameaças aos direitos humanos", salientou Volker Turk, em comunicado dos seus serviços, instalados em Viena.
Turk adiantou que, se bem que nos últimos anos tenham diminuído o número de jornalistas assassinados, a impunidade dos crimes contra estes profissionais continua generalizada. Assim, desde 2006, exemplificou, apenas 13% dos casos foram julgados.
"Todos os dias, os jornalistas são agredidos, detidos ou veem as suas famílias atacadas, apenas por fazerem o seu trabalho. Os números são inaceitáveis". Acrescentou também que o apoio médico, psicológico e jurídico deveria estar "mais disponível e acessível" quando são atacados.
Não obstante, Turk especificou que, entre os objetivos mais imediatos, é necessário "travar as tecnologias de vigilância digital", que se forem utilizadas "indevidamente" levam à "diminuição dos direitos dos jornalistas e das suas fontes".
No ano passado, um total de 45 jornalistas morreram no exercício da sua profissão, sendo o México o país mais perigoso do mundo para os repórteres. Informação divulgada, esta quinta-feira, pelo Instituto Internacional de Imprensa, em Viena.
Em 2020, 55 jornalistas morreram em todo o mundo, 11 dos quais no México.