Espanha. Coronavírus infeta mais de duas mil pessoas em 24 horas
19-03-2020 - 11:31
 • Marta Grosso com agências

O rei Felipe VI já pediu que os espanhóis se unissem no combate à pandemia. São agora mais de 17 mil os infetados em Espanha e 767 os que não resistiram à Covid-19.

O número de pessoas infetadas com o novo coronavírus em Espanha aumentou em 209 nas últimas 24 horas, anunciou nesta quinta-feira o ministro espanhol da Saúde.

Espanha conta agora com 17.147 casos confirmados, uma subida de 25% face ao último balanço (na quarta-feira, o total de infetados ascendia a 13.716). Pouco mais de mil (1.107) já recuperaram.

Quanto a vítimas mortais, o número aumentou para 767 (mais 209 do que na quarta-feira, dia em o balanço era de 558).

Do total de infetados, 939 estão em unidades de cuidados intensivos.

Espanha é agora o quarto país do mundo mais afetado pela pandemia do novo coronavírus, que começou na China – país que ainda ocupa o primeiro lugar da lista dos mais afetados, mas que agora já começa a registar casos importados.

Na quarta-feira, o rei de Espanha pediu ao país que se unisse na luta contra a Covid-19. Numa mensagem extraordinária – a segunda do seu reinado – Felipe VI afirmou que “este vírus não nos derrotará”, mas que, “pelo contrário, nos fará mais fortes como sociedade".

É tempo de “pôr de lado as nossas diferenças. Devemo-nos unir à volta do mesmo objetivo: ultrapassar esta grave situação. E temos de fazê-lo juntos, entre todos nós, com serenidade e confiança, mas também com decisão e energia", sublinhou o chefe de Estado espanhol.



Hotéis passam a hospitais

A região de Madrid é a mais atingida pela Covid-19, com 6.777 infetados e 590 mortos. Seguem-se as regiões da Catalunha (2.702 e 33), a do País Basco (1.190 e 44) e a Andaluzia (1.008 e 25).

A região de Madrid está a converter 40 hotéis em unidades para receber cerca de 9.000 infetados com sintomas mais leves do novo coronavírus, que depois serão dirigidos para hospitais ou para casa consoante a gravidade do seu estado.

As autoridades sanitárias pretendem aliviar os hospitais e oferecer um primeiro atendimento médico a pacientes com o vírus que não podem ficar em casa.

Nestes hotéis, os pacientes cujos sintomas requerem, mesmo assim, acompanhamento médico podem ser tratados sem necessidade de serem internados num hospital, tanto no início da doença como na sua fase final.

As unidades hoteleiras terão médicos e enfermeiros que irão manter os pacientes sob observação até que seja tomada a decisão sobre se podem voltar para casa ou, no caso de piorarem, transferi-los para um hospital.