O diretor da Comissão Diocesana Justiça e Paz do Algarve, Luís Seabra Galante, considera que "a revolta e a insatisfação, na maioria dos jovens" podem explicar a vitória do Chega no círculo eleitoral de Faro, nas Legislativas do último domingo.
"Os jovens, sobretudo, estão descontentes com o rotativismo entre os partidos do centro-esquerda e do centro-direita", diz o responsável da Justiça e Paz algarvia em declarações à Renascença.
Na perspetiva de Seabra Galante, as pessoas quiseram fazer notar a sua frustração porque “no fundo, continua por cumprir o terceiro D prometido no 25 de Abril - o D de Desenvolver, de criar riqueza e distribuí-la com justiça e equidade”.
“Assim, cansadas, frustradas e até desiludidas com os políticos tradicionais, muitas pessoas, nomeadamente jovens sentem uma certa atração pelos extremos, cá como noutras paragens da Europa e do mundo. Prometem soluções fáceis e simples e as pessoas acreditam, muitas vezes porque essa é a sua última esperança”, acrescenta.
O director da Justiça e Paz
do Algarve lembra que a região é “das mais jovens do país, onde os salários não
correspondem às suas qualificações”, o que ajuda também a explicar a "explosão" do Chega no distrito de Faro.