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A segunda vaga da pandemia de Covid-19 está a ter não só efeitos na saúde, mas também nos hábitos de consumo cultural dos portugueses.
De acordo com o estudo Barómetro Gerador Qmetrics, que apresentou esta segunda-feira os resultados de um inquérito realizado no final de outubro, 40% dos portugueses afirmam estar a consumir menos cultura num período marcado por restrições na circulação.
Segundo o comunicado enviado à Renascença, aquando do primeiro inquérito realizado em abril, “apenas 20% dos portugueses consideraram estar a consumir menos cultura, desde o início da pandemia”. Agora essa percentagem duplicou, revela o estudo. Junho foi o mês a partir do qual o consumo cultural baixou, mostra este estudo.
Apesar destes dados, 49% dos portugueses “consideram que o seu consumo de cultura se tem mantido ao longo do período de pandemia”. Questionados sobre a disponibilidade para participarem em eventos culturais, “os portugueses revelam estar muito desconfortáveis em ir a um festival de música, um concerto, um espetáculo de teatro ou uma discoteca.”
Segundo o comunicado da Gerador, “apenas o cinema, património, hotéis e restaurantes têm respostas positivas” no que toda a conforto na hora de frequentar estes espaços.
Dados apurados desde o final de junho “mostram que apenas 14,4% foram ao cinema, 12,2% a concertos na rua e 10,2% concertos em salas de espetáculos”.
Explicam os autores do estudo que “o otimismo dos portugueses relativamente à pandemia decresceu significativamente em outubro, em comparação com os meses de abril e maio”.
“Em outubro 40,8% dos inquiridos disseram estar assustados, em comparação com apenas 25,4% nos resultados de junho. Este aumento da preocupação refletiu-se em todas as zonas do país, mas o Interior Norte e o Litoral Centro são as áreas que demonstram estar mais assustadas”.
Portugueses confiam agora menos na ação do Estado no combate à pandemia
Este estudo inquire ainda sobre a satisfação dos portugueses com a ação geral do Estado no combate à pandemia. “43,7% afirmaram estar satisfeitos, tendo a confiança decrescido em 10%, face a abril. O aumento do descontentamento é mais evidente nas medidas tomadas para as empresas e para o emprego”.
Quanto à área cultural, no que diz respeito à ação do Estado, os inquiridos manifestam cada vez mais insatisfação. “Em junho 57% consideravam que o Estado não estava a responder adequadamente a esta crise. Em outubro, no entanto, esta percentagem aumenta para 64%, e apenas 12% consideram que o Estado agiu corretamente em relação à dimensão cultural.”
O universo analisado pelo Barómetro Gerador Qmetrics é constituído por pessoas com 15 ou mais anos, residentes em Portugal Continental e Ilhas, é adiantado no comunicado. A amostra desta terceira vaga intermédia envolveu 313 entrevistas realizadas de 20 a 29 de outubro de 2020, através de um questionário aplicado online utilizando o método CAWI (Computer Assisted Web Interview). Os resultados são apresentados com um nível de confiança de 95%.