O Fuso - Festival Anual de Videoarte Internacional de Lisboa regressa aos jardins e claustros dos museus de Lisboa, de 25 a 29 de agosto, com 44 obras exibidas e conversas em torno do tema "Na fronteira", com entrada gratuita.
Nesta 13.ª edição do Fuso, a programação vai propor novas perspetivas da videoarte, com autores e obras contemporâneas, e peças históricas raramente ou nunca vistas em Portugal, segundo a organização.
Em julho, o festival tinha anunciado uma seleção de 16 obras de 16 artistas entre 220 candidaturas de 91 criadores, duplas e coletivos.
Nesta edição, a organização propõe-se explorar o termo "fronteira" no seu sentido físico e digital, geográfico e político, "associado, inevitavelmente, a ideias contraditórias de pertencimento e exclusão, de liberdade e restrição, de proteção e defesa".
Serão apresentados no festival - produzido pela Duplacena - programas curatoriais associados à temática, com conversas no final de cada sessão, moderadas pelo jornalista Vitor Belanciano.
A curadora brasileira Daniela Labra programou uma sessão intitulada "Voo livre" composta por nove vídeos, de artistas maioritariamente sul-americanos, que abordam temas contemporâneos, como espiritualidade, performatividade, antropoceno, ficção científica, futurologia, transdisciplinaridade, cultura digital, revisões históricas e finalmente a dança como elemento de revolução social. Esta sessão é exibida no dia 26 de agosto no Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado.
No dia 27 de agosto é exibido, no Palácio Sinel de Cordes, o programa do curador espanhol Agustin Pérez Rubio, "Lenguas de Fuego", um título baseado no texto de Gloria Anzaldúa (1942-2004) -- considerado por alguns especialistas como a obra seminal do nascimento dos estudos "queer" coloniais.
Susana Sousa Dias apresenta, um dia depois, a sessão "Avant l"existence", onde propõe cinco trabalhos de cinco artistas que operam "na intersecção entre arte e política, expondo estes constrangimentos e abordando maneiras de os superar, tornando visível e audível o que se pretende manter oculto".
No último dia do festival, a 29 de agosto, a curadora norte-americana Lori Zippay, que regularmente marca presença no Fuso, irá programar uma sessão especial em homenagem à norte-americana Barbara Hammer (1939-2019), reconhecida como a pioneira do cinema experimental "queer" e feminista.
De entre mais de 90 filmes do legado que Hammer deixou, Lori Zippay selecionou três obras representativas do seu trabalho: "Sisters!" (1973), "Sanctus" (1990) e "Generations" (2010).
A concurso vão estar obras de videoarte dos artistas Cristina Ataíde, Pedro Calapez, Ema Ramos, Bruno Carnide, Eduardo Brito, Francisco Miguel, Grégory Le Lay, o coletivo Helena Inverno, Verónica Castro e Bouchra Ouizguen, Nuno Nunes-Ferreira, Paula Albuquerque, Renata Bueno, Sally Santiago, Sara Bernardo, a dupla Sofia Arriscado e Costanza Givone, Susana Anágua e Tânia Dinis, selecionados para concurso por Jean-François Chougnet, diretor artístico do FUSO, na sequência de uma ´open call´.
As obras serão apresentadas na abertura do festival, a 25 de agosto, no Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia (MAAT), em Lisboa.