Interrogatório adiado. Bruno de Carvalho terá de passar mais uma noite na prisão
13-11-2018 - 16:04

O ex-presidente do Sporting e Mustafá só serão interrogados na quarta-feira, a partir das 10h00, devido ao protesto dos funcionários judiciais, no Tribunal do Barreiro. A greve passará à escala nacional, o que assegura serviços mínimos.

Os interrogatórios a Bruno de Carvalho, ex-presidente do Sporting, e a Mustafá, líder da claque Juventude Leonina, no Tribunal do Barreiro, foram adiados para quarta-feira, devido à greve dos funcionários judiciais, que atrasou as diligências relativas à investigação ao ataque à Academia do Sporting, em Alcochete, de 15 de maio.

Em comunicado, o juiz de instrução do Tribunal do Barreiro explicou que as diligências não foram retomadas da parte da tarde, pelo que só pelas 15h45 foi possível ao tribunal entregar as cópias de todos os documentos solicitados pela defesa, para apreciação. Quer isto dizer que não se procedeu à fase de interrogatórios aos dois arguidos.

Tendo em conta a greve parcial dos funcionários judiciais, que recomeçou às 16h00, voltaram a suspender-se os trabalhos, que serão retomados na quarta-feira, às 10h00. O serviço deverá ser assegurado com serviços mínimos.

Bruno de Carvalho regressou, para lá passar mais uma noite, ao posto da GNR de Alcochete, onde está em prisão preventiva desde domingo.

Não mais que uma coincidência

Carlos Albuquerque, dirigente sindical, explicou aos jornalistas, no Tribunal do Barreiro, que o protesto, cujo propósito é "chamar a atenção para a importância da carreira de oficial de justiça" e pedir "o devido respeito", estava marcado há algum tempo. A sobreposição com as audiências a Bruno de Carvalho e Mustafá foi mera coincidência.

"O sindicato dos funcionários judiciais marcou greve nacional para amanhã [quarta-feira] e uma concentração em frente à Assembleia da República porque é o dia em que a ministra da Justiça irá debater o orçamento na Assembleia. Como a greve é nacional, foram impostos serviços mínimos, pelo que o juízo de instrução criminal terá de estar a funcionar. Terá de decorrer normalmente", frisou Carlos Albuquerque.

Bruno de Carvalho está indiciado por 56 crimes, entre eles sequestro e terrorismo. Estes relacionam-se com os eventos de 15 de maio, quando um grupo de 40 adeptos, afetos ao Sporting, invadiram a Academia leonina, em Alcochete, e agrediram jogadores e equipa técnica.

[notícia atualizada às 17h03]