O primeiro-ministro, António Costa, alertou hoje que, além da epidemia da covid-19, existe uma "enorme pandemia à escala global", as alterações climáticas, que só se "vence ou perde" nas cidades.
"Depois da pandemia passada, há uma enorme pandemia à escala global, que é a das alterações climáticas, que continua a ter de ser combatida. Essa pandemia só se vence ou perde nas cidades porque é nas cidades que se concentram 75% das emissões de gases com efeitos de estufa", realçou.
António Costa, que falava na cerimónia de lançamento do concurso público internacional de conceção da nova ponte, exclusiva para o metro, que decorreu nos Jardins do Palácio de Cristal, no Porto, considerou necessário "começar a construir o amanhã dos portugueses".
"Porque há um amanhã, há um depois da covid-19", salientou.
Segundo o primeiro-ministro, nesse "amanhã" vai continuar a existir "uma enorme pandemia à escala global" -- as alterações climáticas --, que só se "vence ou perde" nas cidades, que concentram "75% dos gases com efeito de estufa".
"Para ganharmos esse desafio nas cidades é preciso ganharmos esse desafio no transporte público e é por isso que temos metas muito ambiciosas. Até 2030 temos de reduzir em 40% as emissões de gases com efeito de estufa a partir da mobilidade e só há uma forma de o fazermos sem estarmos confinados, que é investir em mais e melhor transporte público", afirmou, acrescentando que o transporte público "é e será a chave do sucesso deste combate". .
António Costa salientou que a aposta para combater esta crise "foi aumentar o investimento público", o qual "não é do Estado para o Estado", mas "do Estado para os cidadãos".
"A inteligência do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) é que o dinheiro tem de ser fortemente concentrado naquilo que são os desafios do futuro", afirmou, elencando a transição digital e o combate às alterações climáticas.
O primeiro-ministro sublinhou também que projetos e obras, como a nova ponte do Douro, plasmados no PRR, têm "os olhos postos no futuro" e têm "visão estratégica".
A nova travessia para ligar o Porto e Gaia através de metro deve ficar entre as pontes da Arrábida e Luís I e servirá uma nova linha de Vila Nova de Gaia, entre a Casa da Música e Santo Ovídeo.
"Estas duas novas linhas que integramos neste programa (...) são investimentos de futuro mas que vão contribuir desde já para a reanimação da nossa economia e contribuir para a recuperação do desemprego que o covid-19 também provocou", referiu, acrescentando estes projetos são "a prova" de que o PRR "não é feito sem as autarquias locais".
"Não. O PRR é mesmo feito com as autarquias locais. Dos cerca de 13,9 mil milhões de euros, pelo menos sete mil milhões são elegíveis para as autarquias locais", disse, elencando investimentos nos transportes públicos, na habitação e na floresta.
"É muito dinheiro, mas é muito dinheiro que não é para o Estado gastar consigo próprio. É para o Estado gastar com o país, com as portuguesas, com os portugueses através das parcerias que estabelecemos com as autarquias, mutualidades, misericórdias, IPSS, universidades e empresas", disse.
E acrescentou, "quanto mais descentralizarmos, mais e melhor conseguimos fazer em conjunto, respeitando-nos uns aos outros, cada um no seu galho, fazendo-lhe o que compete fazer e assim todos fazemos melhor", afirmou.
Quanto à pandemia do novo coronavírus, o chefe do Governo português fez uma alusão ao início do desconfinamento na segunda-feira.
"Começámos ontem com o primeiro passo, a primeira gota de um novo desconfinamento após uma terrível terceira vaga, mas a covid-19 não desapareceu", advertiu.
Além do primeiro-ministro, António Costa, na apresentação esteve também presente o ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, e o secretário de Estado da Mobilidade, Eduardo Pinheiro.
No evento foram também consignadas as empreitadas das linhas Rosa e prolongamento da Amarela do Metro do Porto.