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Até 22 de dezembro está em marcha a campanha "Dê troco a quem precisa" nas farmácias de todo o país. O objetivo é ajudar as vítimas da Covid-19.
"Esta campanha convida as pessoas que se dirigem às farmácias para arredondarem a sua conta. Este arredondamento reverte a favor do Fundo de Emergência abem: COVID-19, no âmbito da rede solidária do medicamento especificamente dirigida às pessoas vítimas das consequências da pandemia, que perderam rendimentos", explicou à Lusa a embaixadora da Associação Dignitude,
Os donativos recolhidos serão, segundo Maria de Belém Roseira, integralmente aplicados no acesso a medicamentos, produtos e serviços de saúde a pessoas carenciadas e mais fragilizadas devido à pandemia.
As pessoas são identificadas como tendo carência económica através dos parceiros da associação no terreno, é-lhes atribuído um cartão com nome e um código de barras identificativos que depois mostram na farmácia.
Desde que foi lançada, em março deste ano, a Emergência abem: COVID-19 já apoiou, segundo a associação, mais de 900 portugueses referenciados por entidades parceiras locais como Câmaras Municipais, Juntas de Freguesia, Instituições Particulares de Solidariedade Social, Cáritas e Misericórdias.
"Até agora estamos a apoiar 900 pessoas e este número não para de crescer porque as necessidades são imensas devido ao impacto da Covid-19 com os confinamentos, as falências de empresas, despedimentos e diminuição no consumo", disse.
A pobreza gera mais doença e doença mais grave
De acordo com Maria de Belém Roseira, até agora o programa da rede solidária do medicamento já ajudou mais de 18.000 pessoas, mais de 10 mil famílias.
"Abrimos este programa específico [Emergência abem] assim que se verificaram necessidades especiais na decorrência da Covid. Colaboramos com as pessoas no confinamento e ajudámos a colocar no domicílio ou na farmácia consoante a escolha das pessoas os medicamentos de dispensa hospitalar para evitar que se deslocassem e isto significa por vezes centenas de quilómetros", contou.
Maria de Belém Roseira precisou que a associação suportou o circuito de entrega dos medicamentos mais perto da residência ou na própria residência as pessoas.
"Isto é muito importante, sabemos que a pobreza gera mais doença e doença mais grave e quando as pessoas não conseguem assumir a parte que lhes cabe no medicamento, a doença agrava-se", realçou.
A embaixadora da Associação Dignitude recordou que antes da pandemia, uma em cada 10 pessoas em Portugal não conseguia comprar medicamentos.
"Sabemos que estes números são atualmente muito mais elevados. Por isso a campanha 'Dê Troco a Quem Precisa' é este ano dedicada a esta iniciativa, pelo que apelamos, uma vez mais, à generosidade de todos", disse.