O nível da água na barragem de Kakhovka desceu mais um metro nas últimas 24 horas, segundo informações da hidroelétrica ucraniana Ukrhidroenergo, mas o Reino Unido continua a advertir para uma possível crise sanitária em Kherson, segundo a agência EuropaPress.
De acordo com a empresa ucraniana, o fluxo de perda de água está a descer, ainda que a situação continue complexa e a evolução difícil de prever.
No total, desde o rebentamento da barragem, o nível das águas desceu mais de sete metros.
A taxa média de drenagem no sábado foi de quatro a cinco centímetros por hora, ao passo que na sexta-feira tinha sido de cinco a seis centímetros por hora.
As autoridades ucranianas informaram, no dia 06 de junho, do rebentamento da barragem da central hidroelétrica de Kakhovka, que provocou a inundação de parte das regiões de Kherson e Mykolaiv.
De acordo com o Ministério da Defesa do Reino Unido, os residentes da região ucraniana de Kherson, tanto na margem controlada pelas forças ucranianas como na controlada pelas russas, enfrentarão nas próximas semanas uma crise sanitária devido à destruição da barragem.
O colapso da infraestrutura, de que Kiev e Moscovo se culpam mutuamente, "interrompeu gravemente" a principal fonte de água potável da península da Crimeia (território anexado pela Rússia), o Canal do Norte da Crimeia, que recebe água do reservatório de Kakhovka.
Segundo a última avaliação do conflito feita pelo Ministério da Defesa britânico, o nível da água do reservatório ficou, desde sexta-feira, abaixo daquele do nível do mar, o que impossibilita o fluxo da corrente até à Crimeia.
"Portanto, as comunidades de ambos os lados do rio Dnipro enfrentam uma crise sanitária perante o acesso limitado a água potável, o que provoca um aumento do risco de doenças causadas pela sua ausência", estima Londres na avaliação publicada no Twitter.
Os serviços britânicos creem, no entanto, que pelo menos na parte russa, Moscovo conseguirá cobrir as necessidades da população nas zonas sob o seu controlo, através do uso de outros reservatórios, da aplicação de políticas de racionamento, da perfuração de novos poços ou da entrega de água engarrafada.
A situação é ainda especialmente preocupante no que diz respeito à central nuclear de Zaporizhia, a maior da Ucrânia, já que o nível da água do reservatório necessário para a refrigerar desceu drasticamente.