A Auroeuropa prevê suspender a produção de veículos entre os próximos dias 11 de setembro e 12 de novembro devido à falta de componentes.
A informação sobre as nove semansa de paragem consta de um comunicado interno enviado aos colaboradores a que o Jornal de Negócios e a CNN Portugal tiveram acesso esta quinta-feira.
A suspensão de atividade acontece na sequência das cheias na Eslovénia, que afetaram severamente as operações do fornecedor de uma peça essencial para os motores dos veículos.
Há três dias, a fábrica de Palmela do grupo Volkswagen tinha anunciado que ia ter de suspender a produção de carros por causa da falta de peças.
Durante os dois meses de suspensão, os trabalhadores da Autoeuropa ficarão em lay-off, confirmou entretanto a Comissão de Trabalhadores (CT), adiantando que o período de paragem de produção “poderá ser reduzido com o evoluir da solução do problema”.
O ‘lay-off’ é uma medida que prevê a redução temporária dos períodos normais de trabalho ou suspensão temporária dos contratos de trabalho, devido a motivos de mercado, estruturais ou tecnológicos, incluindo catástrofes ou outras ocorrências que tenham afetado gravemente a atividade normal da empresa, desde que tais medidas se mostrem indispensáveis para assegurar a viabilidade económica dessa empresa e a manutenção dos postos de trabalho.
No comunicado, a CT da Autoeuropa adianta que está já marcada para 4 e 5 de setembro uma reunião com a empresa “para discutir as condições financeiras do ‘lay-off'”.
“A CT reafirmou hoje durante a reunião [com a administração] que a situação atual não deverá ter impacto negativo no rendimento de todos para os trabalhadores”, refere o documento.
“A empresa tem todas as condições para garantir esses rendimentos, valorizando desta forma o esforço feito por todos”, acrescenta o comunicado.
Na origem da paragem de produção da Autoeuropa, que também deverá ter impacto em cerca de duas dezenas de empresas do parque industrial que são fornecedoras da fábrica de automóveis de Palmela, está a falta de peças essenciais à construção de motores, que são produzidas por um fornecedor na Eslovénia.
Essa empresa eslovena, segundo a Autoeuropa, foi “severamente afetada” pelas cheias que ocorreram naquele país no passado mês de agosto.
[atualizado às 15h45]