PS, Bloco de Esquerda (BE) e Partido Comunista anunciam o voto contra a moção de censura ao Governo e acusam o CDS de eleitoralismo e “encenação”.
O líder da bancada parlamentar socialista, Carlos César, afirma que “esta moção de censura, praticamente antes de nascer, já não conta para o trabalho político e para a decisão política no nosso país”.
“Esta moção de censura nem sequer é um fator de instabilidade política no país, é um fator de disputa e instabilidade na direita portuguesa e esse é um assunto que não nos diz respeito, sublinha Carlos César.
O líder parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares, considera que o CDS utiliza a moção de censura "para campanha eleitoral" e anunciou que os bloquistas vão votar contra.
"Esta moção de censura tem mais a ver com o estado da direita e a disputa eleitoral dentro desse estado da direita, do que com a realidade concreta do país", disse Pedro Filipe Soares.
"Percebemos essa jogada, não deixamos de a denunciar e, no arrazoado de argumentos, na confusão das ideias que foram apresentadas retiramos claramente que a única coisa concreta que o CDS diz é que defende as PPP [Parcerias Público-Privadas] na saúde e está a favor do abuso dos privados na ADSE", acrescentou.
O líder parlamentar comunista, João Oliveira, anunciou que o PCP votará contra a moção de censura apresentada pelo CDS, considerando que a iniciativa é "uma encenação" motivada pela disputa do espaço político à direita.
"Trata-se de uma encenação do CDS motivada pela disputa do espaço político com o PSD e à direita e naturalmente o PCP não se vai envolver", disse João Oliveira, em declarações aos jornalistas, no parlamento.
O líder da bancada do PCP destacou que a moção de censura do CDS-PP é apresentada "a poucos meses das eleições para a Assembleia da República, que já estão marcadas", considerando que a iniciativa "não pode ser levada a sério".