O Interior Norte e Centro vai estar sob aviso vermelho do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), devido à persistência das altas temperaturas, os restantes passaram a aviso laranja desde as 21h00 desta quarta-feira.
É o caso dos distritos de Aveiro, Beja, Leiria, Lisboa, Porto, Setúbal e Viana do Castelo. A partir das 21h00 de quinta-feira, estes sete distritos passam a aviso amarelo.
Coimbra passou, também, de aviso vermelho para laranja, que o IPMA mantém até às 21h00 de sexta-feira.
Bragança, Castelo Branco, Guarda, Portalegre, Santarém, Vila Real e Viseu mantêm-se em aviso vermelho até às 21h00 de quinta-feira, passando nessa altura a aviso laranja, até às 21h00 de sexta-feira.
O IPMA coloca também os distritos de Braga e Évora em aviso vermelho até às 21h00 de quinta-feira, altura em que passam a aviso amarelo, menos grave do que o laranja.
Faro mantém-se com aviso amarelo até às 21h00 de sexta-feira.
“A situação é grave, é de facto extrema”, reconheceu o comandante operacional nacional André Fernandes, no briefing do final da tarde desta quarta-feira.
171 incêndios até às 19h00
Até às 19h00 desta quarta-feira, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) registou 171 incêndios, 27 dos quais ainda estão ativos e 14 são considerados ocorrências significativas, que envolvem um elevado número de operacionais e meios de combate.
André Fernandes destaca os incêndios de “Pombal (Abiul), que envolve 450 operacionais, Leiria (Carangueira) com 371 operacionais, Faro (Montenegro) com 324 operacionais envolvidos e, depois, Palmela com 460 operacionais envolvidos e também temos na Guarda, em Seia, 186 operacionais envolvidos num incêndio. Oliveira de Azeméis com 224”.
“São estes os principais incêndios que se desenvolvem junto a áreas habitacionais o que complica as operações de socorro”, acrescentou.
Maior parte dos incêndios deflagram entre as 12h00 e as 17h00
O comandante operacional nacional identificou, também, um padrão diário de novas ignições que têm deflagrado, invariavelmente, entre as 12h00 e as 17h00, “precisamente, a altura do dia em que as condições meteorológicas menos favorecem o combate aos incêndios” e em que “todo o dispositivo e, também as populações, se concentram no combate”.
Desde a passada quinta-feira, a Proteção Civil contabilizou 135 vítimas dos incêndios, “70 dos quais foram agentes de Proteção Civil, 63 feridos ligeiros” e, ainda, dois feridos graves, “um operacional e um civil”, detalhou André Fernandes.
Relativamente a danos materiais, foram contabilizados mais de 20 edifícios afetados em Ourém — entre habitações, anexos e garagens —, cinco habitações e uma roulotte afetada em Pombal e duas habitações e uma vacaria em Leiria.
Também em Faro e Palmela foram identificadas pelo menos duas habitações afetadas pelos incêndios.
Face à complexidade da situação nos principais incêndios, os bombeiros já evacuaram 778 pessoas das suas causas, por precaução.
Desde o final da semana passada, registaram-se em Portugal 813 incêndios, combatidos por 25.971 operacionais, apoiados por 6.971 veículos de combate.
As regiões do Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo e Setúbal são as que contabilizam maior número de ocorrências.
[notícia atualizada às 00h32]