A Associação Ambientalista Zero defende uma maior aposta na recolha porta a porta e cada vez mais abrangente dos resíduos domésticos e quando isso acontecer que haja penalização para quem não separe lixo.
É uma ideia defendida na edição desta semana do podcast da Renascença “Compromisso Verde” desta quarta-feira, dedicado ao tema sobre se tem ou não impacto na luta contra as alterações climáticas os pequenos gestos ao alcance dos consumidores.
Margarida Queiroga tem 29 anos, vive em Évora, constituiu família há pouco tempo, tem um bebé de um ano.
“Regra geral no meu quotidiano tenho alguns cuidados com o ambiente, por exemplo, fechar sempre a torneira entre os pratos quando estou a lavar a loiça, quando lavo os dentes também fecho sempre a torneira, no banho sou também sempre muito rápida para não gastar água”, descreve.
Mas não só. Margarida reutiliza a água do banho do filho para puxar duas vezes o autoclismo, faz reciclagem, tenta sempre utilizar produtos locais e da época.
Questionada sobre se estes pequenos gestos valem a pena e se têm impacto na luta contra as alterações climáticas, Susana Fonseca, da Associação Ambientalista Zero, não tem dúvidas na resposta.
“À luz do conhecimento que temos atualmente, reciclar o papel, o plástico, o metal, o vidro poupa sempre emissões. Portanto, qualquer papel que, em vez de ir para o aterro ou para a incineração, é colocado para a reciclagem ou uma embalagem que vá ser aproveitada ainda para ser reciclada, vai significar que nós vamos poder ter embalagens novas ou outros produtos novos com menores emissões. Portanto, há sempre benefícios”, afirma.
Esta ambientalista explica que a prioridade é tornar fácil os comportamentos verdes e, nesse sentido, defende, por exemplo, uma recolha porta a porta dos resíduos cada vez mais abrangente.
Nessa fase, quem não separar lixo deve ser penalizado.
“Mesmo que separemos tudo, há sempre qualquer coisa que fica e há custos. Devemos pagar menos quando separamos tudo ou quase tudo e pagar mais quando não colaboramos”, defende a ambientalista.
Susana Fonseca defende ainda que os preços dos produtos e serviços devem incorporar também os custos e impacto no ambiente.