Um dinamarquês e dois austríaco-iranianos, libertados pelo Irão, sob mediação da Bélgica após duras negociações, regressaram hoje aos seus países de origem.
Esta libertação de europeus foi feita através de Omã e obtida (como uma outra do belga Olivier Vandecasteele, há uma semana) depois de a Bélgica ter aceitado entregar a Teerão um diplomata iraniano condenado por terrorismo.
O avião que partiu de Omã aterrou durante a madrugada num aeroporto militar perto de Bruxelas, segundo a AFP.
Os três homens, um dos quais esteve detido sete anos no Irão, foram recebidos pela ministra dos Negócios Estrangeiros belga, Hadja Lahbib, acompanhada por diplomatas da Dinamarca e da Áustria.
Lahbib afirmou no Twitter ter contactado o seu homólogo iraniano, Hossein Amir-Abdollahian, para lhe dar conta da "satisfação" da Bélgica com a "concretização do acordo alcançado".
O sultanato de Omã recebeu os agradecimentos de Bruxelas, Copenhaga e Viena, após ter atuado como facilitador e país de trânsito, como já tinha acontecido no dia 26 de maio, com a libertação de Vandecasteele em troca de Assadollah Assadi, um diplomata iraniano condenado na Bélgica por terrorismo e entregue ao seu país.
O cidadão dinamarquês, Thomas Kjems, chegou a Copenhaga durante a manhã e disse aos jornalistas ter sido bem tratado no Irão. Tinha sido preso em novembro de 2022 "à margem de manifestações pelos direitos das mulheres".
Os dois austríaco-iranianos, Kamran Ghaderi, um homem de negócios detido em janeiro de 2016, e Massud Mossaheb, que esteve preso perto de quatro anos antes de ser libertado em novembro passado por motivos médicos, sem poder deixar o Irão, também chegaram a Viena ao fim da manhã.
O primeiro-ministro belga, Alexander De Croo, confirmou hoje numa entrevista ao jornal Le Soir que estas novas libertações eram a segunda fase da operação negociada com o Irão para lhe entregar Assadi, que foi detido em julho de 2018 na Alemanha por suspeita de orquestrar um plano de ataque a uma reunião do Conselho Nacional de Resistência Iraniana (oposição) em França.
Depois foi condenado a 20 anos de prisão por "tentativa de assassinatos terroristas" em 2021 em Antuérpia, Bélgica.