A recomendação é da Polícia Judiciária e é dirigida a todos os pais de crianças que sejam adicionadas a um grupo de WhatsApp que tem como finalidade a divulgação de pornografia de menores e adultos. Devem alterar as definições da aplicação para que as crianças não possam ser adicionadas a grupos sem que o tenham autorizado.
Em declarações à Renascença a inspetora chefe Carla Costa, da Unidade de Combate ao Cibercrime e Criminalidade Tecnológica, explica como o podem fazer.
"Ir às definições, escolher item privacidade, ir a grupos e aí quem pode adicionar a grupos: se todos, os meus contactos, ou os meus contactos exceto certos números. O que recomendamos é o bloqueio de todos os contactos, não permitir que a criança seja adicionada por nenhum contacto de forma automática, ou seja, será necessário validação para dizer se sim, ou não, quer pertencer a determinado grupo", explica.
Questionada sobre como é que os responsáveis por este grupo chegam aos números de telemóvel das crianças, Carla Costa explica que "algumas crianças são abordadas em jogos que fazem online, o Roblox e o Fortnite, etc. Aliciam a criança a passar para o whatsapp, pedem para adicionar contactos e há a difusão massiva de crianças que aderem a este tipo de grupos", refere a inspetora-chefe.
A Policia Judiciária tem conhecimento de situações de norte a sul do país, que envolvem sobretudo crianças entre os 10 e os 15 anos.
Nesta altura a investigação recolhe prova digital e, por isso, deixa conselhos. "É importante que coloquem o telefone em modo de voo e o levem às autoridades para extração dos conteúdos do grupo. Nas escolas se detetarem a situação, devem avisar logo os pais e fazer captura de ecrã, dos conteúdos do grupo", alerta.
A inspetora chefe admite que todas as hipóteses estão nesta altura em cima da mesa e não está afastada a ideia de que seja um esquema orquestrado fora do país.
"Não podemos colocar de parte essa situação. As mensagens são escritas em português mas também já há programas que fazem traduções por isso não podemos afastar que seja feito fora do país, mas é cedo ainda para conclusões".
Nestas declarações à Renascença, a inspetora da Judiciária reconehce que o fenómeno é novo, mas com fins diferentes por exemplo da burla conhecida como "olá mãe, olá pai", na qual há o "pedido de uma contrapartida monetária. Aqui o que detetamos é a exposição de crianças a conteúdos que nos preocupam", remata.