O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, disse este domingo à agência Lusa que 40 cidadãos nacionais abandonaram, nos últimos dias, a Ucrânia e que Portugal tem um plano de contingência pronto.
“Neste momento, a indicação que tenho é que cerca de 40 cidadãos nacionais, portugueses ou luso-ucranianos, terão já abandonado a Ucrânia”, reforçou.
O governante referiu que permanecem no país cerca de 200 cidadãos nacionais que, após contactados, manifestaram intenção de lá continuar.
A sua grande maioria tem dupla nacionalidade e, essa questão, faz toda a diferença porque, estando na Ucrânia, estão na sua pátria e não no estrangeiro, explicou.
O Ocidente e a Rússia vivem atualmente um momento de forte tensão, com o regime de Moscovo a ser acusado de concentrar pelo menos 150.000 soldados nas fronteiras da Ucrânia, numa aparente preparação para uma potencial invasão do país vizinho.
Moscovo desmente qualquer intenção bélica e afirma ter retirado parte do contingente da zona.
Entretanto, aumentaram nos últimos dias os confrontos entre o exército da Ucrânia e os separatistas pró-russos no leste do país, onde a guerra entre estas duas fações se prolonga desde 2014.
Os observadores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) anunciaram no sábado ter registado em 24 horas mais de 1.500 violações do cessar-fogo na Ucrânia oriental, número que constitui um recorde este ano.
Os líderes dos separatistas pró-russos de Lugansk e Donetsk, no leste da Ucrânia, decretaram no domingo a mobilização geral para fazer face a este aumento da violência.