Trabalho, valorização dos idosos e eutanásia devem ser temas da próxima campanha eleitoral. A um mês das eleições legislativas, a Comissão Nacional Justiça e Paz apela ao diálogo e ao debate sobre ideias, projetos e propostas sem que se ponham em causa as pessoas. Um apelo que tem por base a mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial da Paz.
Em declarações à Renascença, Pedro Vaz Patto lembra que a pandemia acentuou a precariedade laboral. São, agora, precisas medidas que garantam a dignidade e a justa remuneração do trabalho. O presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz sublinha ainda a importância de valorizar a educação.
A Comissão Nacional Justiça e Paz fala num desequilíbrio entre a forma como são valorizados os mais jovens e os mais idosos. Pedro Vaz Patto apela a um maior diálogo inter-geracional. E a que os partidos se pronunciem sobre a eutanásia e a necessidade de reforçar o apoio aos mais velhos.
A Comissão Nacional Justiça e Paz diz ser urgente uma política que não se contente com remendos ou soluções apenas para o imediato.
Um apelo ao "exercício do diálogo"
A Comissão Nacional Justiça e Paz considera que, a um mês das eleições legislativas, é urgente uma “política sã”, que seja “um verdadeiro e generoso serviço capaz de garantir os elementares direitos de todos”, e sublinha que “o exercício do diálogo podia ser um passo importante para, nas diferenças que são próprias da democracia, se poder falar de ideias, projetos e propostas sem se pôr em causa as pessoas”.
Na nota sobre a mensagem do Papa para o Dia Mundial da Paz de 2022, lê-se que é “preciso abrir um diálogo sério entre as gerações sobre a falta de perspetivas laborais dignas, a ameaça constante do desemprego, as cidades que escorraçam as pessoas para as periferias, as implicações do acentuado envelhecimento da população, o baixíssimo número de nascimentos como se estivéssemos em estado de guerra.”
Sobre a educação, outro dos pontos abordados pelo Papa Francisco na mensagem para o Dia Mundial da Paz, a Comissão Nacional de Justiça e Paz sublinha a necessidade de “entrar noutra onda dialógica, num novo paradigma”, que envolva as famílias, comunidades, escolas, universidades, instituições, religiões e governantes. “Ao falar-se de educação, esta não deve abranger apenas a exclusividade do Estado, mas permitir que outras respostas possam ser tidas em conta de forma verdadeiramente livre para todos, sem complexos”, lê-se na nota.
Frisando que o “trabalho deve ser remunerado de forma justa” e dando conta que a mão de obra dos migrantes é cada vez mais revelante para o País, a Comissão Nacional Justiça e Paz convida a que se tenha presente a regra “Faz aos outros o que gostaria que fizessem a ti.”.
“É nesta ótica de diálogo que será possível ter presente no topo dos objetivos das empresas a responsabilidade social, não apenas como um propósito que fica bem, mas que elas sejam “lugares onde se cultiva a dignidade humana, participando por sua vez na construção da paz”.
[notícia atualizada]