O Irão retomou o enriquecimento de urânio até 20% de pureza, naquela que é a mais grave violação do acordo nuclear celebrado com as potências mundiais em 2015.
A Agência Internacional de Energia Atómica, que supervisiona o cumprimento do acordo, confirmou que o enriquecimento começou nas instalações subterrâneas de Fordo, esta segunda-feira.
O enriquecimento de urânio é necessário para produzir combustível para reatores nucleares, mas também para fazer bombas, embora nesse caso seja preciso urânio com 90% de pureza.
O Irão insiste que o seu programa nuclear tem apenas fins pacíficos e ao longo dos últimos anos, sobretudo desde que os Estados Unidos voltaram a impor sanções depois de Trump ter abandonado o acordo, tem infringido repetidas vezes os termos do mesmo.
A Administração de Trump desconfiava das intenções do Irão e Israel insiste que a decisão atual “não se explica de outra forma que não a contínua realização da sua intenção de desenvolver um programa nuclear militar”, segundo a BBC.
Mas Benjamin Netanyahy, primeiro-ministro de Israel, insiste que o seu país “não irá permitir que o Irão fabrique armas nucleares.”
O porta-voz da União Europeia, Peter Stano, lamenta que esta medida do Irão constitua “um afastamento considerável dos seus compromissos” ao abrigo do acordo, que terá “implicações sérias ao nível da não-proliferação nuclear”.