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A segunda fase da vacinação contra a Covid-19 vai obrigar a um reforço de 1.700 profissionais de saúde, que poderão ser do Serviço Nacional de Saúde ou contratados, afirmou esta terça-feira o coordenador da `task force´.
“Estes profissionais podem vir de dentro do próprio sistema de saúde, por transferência e por mobilidades, ou podem ser contratados de fora do sistema nacional de saúde”, afirmou o vice-almirante Gouveia e Melo num debate no âmbito da iniciativa “Conversas com Cientistas - Décadas de Ciência para Dias de Vacinas”.
Segundo o coordenador do plano de vacinação, este cálculo “já foi comunicado”, existindo diversas opções que, neste momento, “estão em cima da mesa e que estão a ser tratadas para garantir que esses profissionais de saúde estejam disponíveis” para a nova fase da vacinação no país que tem a meta de vacinar cerca de 100 mil pessoas por dia.
Para Gouveia e Melo, Portugal está a vacinar já a ritmo “muito acelerado”, face às vacinas que tem disponíveis, o que faz com que o stock deste fármaco seja apenas o “mínimo de reserva para garantir as segundas doses mais imediatas”.
“Nós estamos a passar da fase de menor disponibilidade de vacinas, em que a grande preocupação era concentrar as vacinas nas pessoas mais frágeis, para uma fase de maior disponibilidade, em que a preocupação é libertar as pessoas desta pandemia e libertar a economia”, salientou o responsável da `task force´.
Segundo disse, esta segunda fase do plano vai obrigar a uma capacidade de agendar “100 mil pessoas todos os dias de forma correta e sem falhas”, o que levou à criação de um sistema de autogendamento da vacinação, “evitando ser o sistema central a encontrar as pessoas” para serem vacinadas.
“É importante dizer que esse reforço é um reforço em cima de uma utilização dos cuidados primários de saúde de cerca de 20% dos seus profissionais”, referiu ainda Gouveia e Melo, ao assegurar que o plano de vacinação “não esgotou todos os profissionais dos cuidados primários de saúde”.
Sobre a utilização da vacina da Janssen em Portugal, o coordenador da `task force´ adiantou que a decisão da Agência Europeia do Medicamento (EMA) está a ser analisada pelas autoridades de saúde nacionais.
“Acabamos de ter a notícia das decisões da EMA, estamos a refletir sobre as consequências e o que se vai fazer. As coisas têm de ser todas ponderadas pelas autoridades de saúde, pela autoridade técnica do medicamento. É o que está a acontecer neste momento”, disse.
A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) concluiu esta terça-feira que a vacina Janssen (grupo Johnson & Johnson) antiCovid-19 tem uma “possível ligação” a casos muito raros de coágulos sanguíneos, mas insistiu nos benefícios do fármaco contra a doença.
“A EMA encontrou uma possível ligação a casos muito raros de coágulos de sangue invulgares com plaquetas sanguíneas baixas, […] mas confirma que o risco-benefício global permanece positivo”, informa o regulador europeu em comunicado.
A estrutura aponta que o seu comité de segurança sobre medicamentos humanos decidiu por isso, na reunião de esta terça-feira, que “um aviso sobre coágulos de sangue invulgares com plaquetas sanguíneas baixas deve ser acrescentado à informação sobre o produto relativo à vacina Janssen”, devendo tais eventos ser “listados como efeitos secundários muito raros da vacina”.
Em causa está uma investigação da EMA a oitos casos raros de coágulos sanguíneos associados a baixos níveis de plaquetas sanguíneas após toma da vacina nos Estados Unidos, um dos quais foi mortal, de um universo de sete milhões de pessoas vacinadas.
[notícia atualizada às 21h00]